Título: Alemanha veta bônus
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Fonte: Correio Braziliense, 22/08/2011, Economia, p. 10

A Alemanha rejeitou todos os pedidos de emissão conjunta de bônus da dívida para a Zona do Euro. Segundo a chanceler alemã, Angela Merkel, "os bônus em euro são exatamente a resposta errada para a atual crise" e levariam a região a uma união de dívida e "não a uma união de estabilidade". A Alemanha, que se beneficia de menores custos para emitir títulos públicos em comparação a outras nações da região, tem liderado a resistência à emissão de papéis na moeda única, ao contrário de países parceiros, como Bélgica e Itália, e da Comissão Europeia, que ainda estuda a eficácia dos bônus e se comprometeu a apresentar o esboço de uma legislação para eles.

As pressões para que Alemanha e França tomem ações radicais sobre a crise que varre a Europa cresceram na última semana. Na medida em que os mercados financeiros derretiam, a Bélgica reforçava o coro a favor da emissão conjunta de bônus em euro. Mas Merkel continua insistindo na análise de que a solução para a atual crise está mais próxima da cooperação econômica.

"A Zona do Euro precisa trabalhar ainda mais junta, principalmente dentro da Europa dos 27", disse ela, referindo-se à União Europeia , formada por 27 países.

O grande desafio, de acordo com a chanceler alemã, é tornar o euro forte com mais cooperação econômica e, principalmente, mais comprometimento. Os comentários de Merkel estão em sintonia com os feitos recentemente pelo ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble. Ele afirmou recentemente que a Zona do Euro poderia emitir dívida em conjunto apenas se tivesse uma política fiscal comum. Em caso contrário, haveria risco de inflação e de desestabilização do bloco.

O ministro declarou ter esperanças de que a Zona do Euro possa evoluir para uma união política. "Como pessoa física, o Wolfgang Schaeuble já está preparado (para delegar soberania a Bruxelas). Não tenho problema com a ideia. Digo: é nosso dever aqui e agora resolver os problemas o mais rapidamente possível, com base nos contratos existentes", reforçou.

JAPÃO TENTA SEGURAR O IENE O Banco Central do Japão poderá fazer uma nova intervenção no câmbio, caso a alta do iene e a queda do mercado de ações afetem o sentimento do empresariado. Novas medidas deverão ser anunciadas em um encontro emergencial antes mesmo da decisão de política monetária do BC japonês no mês que vem, se o dólar ficar abaixo de 76 ienes. O governo pode ainda intervir novamente, de forma unilateral, nas taxas de juros para enfraquecer a divisa local, embora analistas duvidem que isso possa alterar a tendência global de baixa do dólar. Uma autoridade do governo expressou a prontidão de Tóquio para agir a fim de conter a valorização do iene e combater a especulação.