Para Pezão, partilha no pré- sal é ruim para o país

 

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, voltou a defender mudanças no regime de partilha na exploração do petróleo do pré- sal. Ontem, em sessão tumultuada, o Senado aprovou a urgência para a votação do projeto do senador José Serra ( PSDB- SP), que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora do pré- sal e de ter pelo menos 30% de participação nos consórcios. Pezão defendeu a mudança e lembrou que a adoção da partilha, aprovada em 2010, foi ruim para o país.

AILTON DE FREITASTumulto. Funcionários da Petrobras que fizeram manifestação no plenário do Senado foram expulsos da sessão

— Eu acredito muito na Petrobras, mas acho que a empresa precisa tirar essa riqueza com parceiros. Eu acredito que esse regime mostra que a gente não vai conseguir tirar essa riqueza na velocidade que a gente precisa. Então eu me posicionei, como o exgovernador Sérgio Cabral já tinha se posicionado na época da discussão da mudança do regime. Eu acho que essa mudança não foi benéfica para o Brasil e principalmente para o Rio de Janeiro — afirmou o governador.

Pezão estima que os problemas na Petrobras resultaram em perdas de R$ 13,5 bilhões ao estado. Em busca de novos recursos, ele se reuniu com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para tratar de investimentos no Rio, como a instalação de uma fábrica de carros elétricos da Nissan:

— A gente quer muito instalar a fábrica de carro elétrico. A Nissan quer trazê- la para o Rio. O meu apelo é que a gente acelere essa decisão. Ela é importantíssima neste momento de crise do setor automobilístico, vai ser uma base também de exportação essa fábrica no Estado do Rio. Meu principal pleito foi esse. E outras discussões sobre o Porto do Açu (...). Fui levar pleitos do estado para gerar emprego e renda no estado — afirmou Pezão.

Após tumulto entre sindicalistas e a oposição do PT, o Senado aprovou, em voto simbólico, a urgência para a votação do projeto. Mas o texto final só será votado no fim de junho, após audiência pública do Senado. O clima tenso começou cedo. Diante de xingamentos, o presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB- AL), mandou esvaziar as galerias — o que deflagrou cenas de empurra- empurra e palavrões. Quatro pessoas foram detidas. Os manifestantes, do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, saíram aos gritos de: “Entreguistas!”.