Título: Previsões sob dúvidas
Autor: Pariz, Tiago; Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 01/09/2011, Economia, p. 12
O total de 141.142 vagas previstas para serem criadas no governo federal no ano que vem animou concurseiros, mas deixou especialistas com um pé atrás. O temor é que haja um inchaço desnecessário nos quadros do funcionalismo justamente quando o país precisa se proteger dos efeitos da crise econômica vivida nos Estados Unidos e na Europa.
Cientes de que tudo ainda é apenas proposta e de que o governo está adiando para o fim do ano a decisão sobre os compromissos que, de fato, vai assumir para equilibrar as contas, analistas apostam no bom senso do Congresso Nacional. A prioridade na aprovação de projetos deve ser investir em infraestrutura e no setor produtivo para possibilitar o crescimento do país.
Copa do Mundo Para Creomar de Souza, professor de relações internacionais e analista político do Ibmec, a administração pública deve estar atenta às competições esportivas mundiais que o Brasil sediará nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016. "O governo precisa não apenas fazer investimentos fortes em logística e infraestrutura, como também contratar pessoal para a gestão de políticas que envolvam esses eventos", afirmou.
Há órgãos que também estão em situação complicada e estão batendo na porta do Planejamento para pedir profissionais, exemplo do Banco Central, que tem um dos quadros mais críticos do governo federal. Além de ter um deficit de 1,7 mil funcionários, a instituição lida com a perspectiva de que, nos próximos três anos, 1.449 funcionários adquiram as condições para se aposentar. Isso representa 30,7% do total dos que estão em atividade. A esperança do BC é poder abrir concurso em 2012. (CB)
Previdência de servidores avança O Palácio do Planalto está empenhado em criar a previdência complementar do servidor público federal. Ontem, o governo conseguiu derrubar, na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, três destaques que alteravam completamente o projeto que cria as novas regras para a remuneração de quem vai se aposentar. O texto teve o mérito aprovado na semana passada, mas dependia da votação de destaques (ajustes). Embora esteja investindo para influenciar o Congresso, o Planalto já pensa na possibilidade de aceitar ajustes na proposta, tudo para que ela seja aprovada ainda neste ano. A ideia é que, assim como ocorre no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para ter uma aposentadoria acima de um teto específico, os funcionários tenham que investir em um fundo de previdência. Se for aprovada, a nova regra só valerá para os contratados após as mudanças.