Entrada nos EUA facilitada

01/07/2015

JOÃO VALADARES

Os brasileiros que viajam com frequência aos Estados Unidos terão os procedimentos de imigração no país estrangeiro facilitados. Ontem, durante declaração conjunta, a presidente Dilma Rousseff e o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciaram a inclusão de brasileiros no programa Global Entry. Os turistas eventuais não serão beneficiados pela medida. A novidade deve ser implementada até junho do próximo ano.Na prática, o programa permite que o visitante não enfrente filas no setor de imigração. Um dispositivo eletrônico reconhece o passaporte e a entrada é liberada automaticamente.

Os brasileiros que desejarem os benefícios do programa precisam ter o cadastro aprovado pelos EUA, que só concedem o benefício após uma investigação sobre o grau de risco do visitante. Aqueles que tenham sido condenados por qualquer tipo de crime ou que infringiram as regras de imigração de qualquer país não podem participar.“Agradeço ao presidente Obama porque nós decidimos facilitar a entrada nos EUA de viajantes frequentes do Brasil no âmbito do programa Global Entry”, afirmou Dilma. A inclusão no programa não significa que os viajantes não precisem de visto.

Os participantes do programa pagam uma taxa de US$ 100, por um período de cinco anos.DesmatamentoDilma também anunciou ontem que, até 2030, o Brasil vai recuperar 120 mil quilômetros quadrados de florestas, além de zerar o desmatamento ilegal em 15 anos. “Nós queremos chegar no Brasil a desmatamento zero até 2030”, disse a petista. Na declaração conjunta, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, Dilma e Obama prometem unir esforços na questão climática mundial. “Os dois presidentes reiteraram o chamado por um resultado exitoso na Conferência de Paris sobre Mudança do Clima, no fim deste ano. O resultado de Paris deve sinalizar firmemente à comunidade internacional que governos, empresas e sociedade civil estão decididos a enfrentar o desafio climático.”O documento chama a atenção para as longas estiagens e a importância de planejamento estratégico. “O Brasil e os Estados Unidos cooperarão na gestão de temas relacionados ao nexo entre água e energia, no contexto da mudança do clima.

Como nossos países enfrentam secas prolongadas e cada vez mais intensas, precisamos integrar adequadamente o planejamento e a tomada de decisão sobre água e energia”, salienta o texto. Os países se comprometem em colaborar “na energia hidrelétrica sustentável; aprimorar a resiliência da geração termelétrica; e aumentar a eficiência dos sistemas de infraestrutura de tratamento de água e efluentes”.O governo brasileiro alega que as fontes renováveis, tanto para geração de energia como para biocombustíveis, devem representar entre 28% e 33% do total de recursos usados, também até 2030.

A meta não inclui a energia hidrelétrica. O documento não apresenta as metas nacionais brasileiras que serão levadas para a Conferência do Clima de Paris, quando será fechado um novo acordo global para amenizar o aquecimento no planeta."Agradeço ao presidente Obama porque nós decidimos facilitar a entrada nos EUA de viajantes frequentes do Brasil no âmbito do programa Global Entry"Dilma Rousseff, presidente da República.

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Previdência internacional

JULIA CHAIB


O Brasil e os Estados Unidos assinaram o Acordo Bilateral da Previdência Social, que possibilita o reconhecimento das contribuições feitas por brasileiros no país norte-americano, e vice-versa. O documento prevê também o aproveitamento do tempo de contribuição em cada país a fim de se atingir o necessário para usufruto de benefícios previdenciários. Hoje, cerca de 1,4 milhão de brasileiros moram nos Estados Unidos. O Brasil tem acordos do tipo com mais de 16 nações.

As empresas comemoraram a iniciativa. Estudo da Apex aponta que haverá uma economia de US$ 900 milhões a companhias de ambos os países em seis anos. “O acordo acaba com a burocracia. Quando o expatriado vai para os EUA, ele e a empresa recolhem os encargos e têm de mandar para os dois países. Havia uma duplicidade desnecessária”, disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi.