Folga para acalmar os ânimos

A quatro dias do recesso parlamentar, o vice-presidente Michel Temer acredita que, com o Congresso sem atividades, o clima político, que atingiu o ápice no início da semana passada, com a mobilização de parte da oposição pregando o afastamento da presidente Dilma Rousseff, “vai acalmar”. Para o peemedebista, o clima “já está mais ameno”.“Eu tenho combatido isso. Isso é impensável (saída da presidente). Tenho a impressão de que temos esta semana ainda um pouco agitada e, depois, vem o recesso, que é um momento para as pessoas meditarem um pouco. Com certeza, o recesso serve para arrefecer tudo isso”, afirmou.

De acordo com Temer, “não é bom para o país” ficar falando em afastamento da presidente.Temer, que participou da reunião de coordenação política com a presidente Dilma, no Planalto, disse que “o governo tem uma boa defesa” para a discussão sobre as pedaladas fiscais e que os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, vão apresentar essa defesa. Temer afirmou ainda que os ministros “estão muito convencidos de que não enfrentarão problema no TCU (Tribunal de Contas da União)” para explicar as chamadas pedaladas fiscais. “É o que eles esperam”, comentou o vice-presidente, que admitiu não conhecer detalhes da defesa, mas observou que os ministros apresentaram as justificativas e elas parecem ser “consistentes”.

O vice-presidente também se reuniu com os líderes da base governista no Senado para discutir a pauta da semana, principalmente a questão das desonerações, que pode ficar para agosto, após o recesso. No encontro, o peemedebista também reiterou a necessidade de defesa do governo pelos aliados.ICMSTemer falou também que, na reunião de coordenação, foi discutido um projeto de repatriação de recursos frutos de desvios que estão no exterior e poderão ajudar a dar um alívio nas contas públicas. Ele não soube precisar quanto representariam esses recursos nem em que prazo eles poderão voltar ao país. Lembrou, no entanto, que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) está trabalhando na aprovação do texto, que poderá beneficiar inclusive os estados, com a criação de um fundo que receberia 35% destes recursos, uma opção para bancar a reforma do ICMS.