Dilma é reprovada por sete em cada 10 eleitores

22/07/2015 

Jorge Macedo

 

Dilma e as más notícias: apenas 7,7% avaliam o governo como ótimo ou bom (Evaristo Sá/AFP - 6/7/15)

Dilma e as más notícias: apenas 7,7% avaliam o governo como ótimo ou bom

 


Com os cenários graves na área política e econômica, a presidente Dilma Rousseff recebeu ontem mais uma má notícia.  A 128ª pesquisa CNT/MDA aponta que a petista atingiu o pior nível de avaliação de governo desde julho de 1998, quando o levantamento começou a ser feito pela Confederação Nacional do Transporte. Apenas 7,7% dos entrevistados avaliam a gestão como ótima ou boa, contra 70,9% que a percebem ruim ou péssima. Em setembro de 1999, o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia alcançado 8% de aprovação.

No campo pessoal, a avaliação de desempenho de Dilma é aprovada por 15,3% da população, contra 79,9% que a rejeitam. A pesquisa, realizada entre 12 e 16 julho, ouviu 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 estados, nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

A CNT perguntou aos entrevistados qual a expectativa para os próximos seis meses em cinco áreas. Para 15% dos brasileiros o emprego vai melhorar, contra 55,5% que acreditam que o desemprego vai aumentar. Outros 13,8% disseram que a renda mensal deverá subir, contra 33,7% que estão pessimistas e imaginam uma piora no nível da renda. Apenas 13,6% da população confiam na melhora da saúde, contra 47,5% que não. Na educação, 15,1% afirmaram que os índices vão melhorar, contra 41% que esperam a piora. Por fim, 12,9% acreditam que a segurança vai melhorar, enquanto para 46,2% a situação deve se agravar.

Corrupção
Os entrevistados também foram ouvidos no que diz respeito à Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga o esquema de desvios de recursos da Petrobras. Entre eles, 78,3% responderam que têm acompanhado ou ouviram falar das investigações. Dentro desse grupo, 69,2% consideram a presidente Dilma culpada pela corrupção e 65% apontaram o ex-presidente Lula como responsável.

Dentre os que acompanham as investigações, 67,1% não acreditam que os envolvidos serão punidos, contra 30% que confiam na punição para os culpados. 86,6% julgam que as denúncias são prejudiciais para a economia brasileira e 52,5% afirmaram que o governo federal não será capaz de combater a corrupção na Petrobras. Nove entre 10 entrevistados não acham que está ocorrendo exagero nas prisões e acreditam que a corrupção é o principal ou um dos principais problemas do país.

A pesquisa ainda apontou que 62,8% são favoráveis ao impeachment da presidente Dilma, contra 32,1% que rejeitam a possibilidade. Entre os que apoiam a saída da presidente, 26,8% citaram as irregularidades nas prestações de contas do governo (pedaladas fiscais) como justificativa para afastamento; 25% citaram a corrupção na Petrobras e 14,2% apontaram as contas da campanha para a Presidência em 2014. Para 44,6% dos que querem o impeachment, os três motivos são justificativas para o afastamento de Dilma do cargo.

Com relação à crise econômica, metade dos entrevistados afirmou que teme ficar desempregada por causa do desaquecimento da economia. Sete em cada eleitores disseram conhecer alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses, e 51% não aceitariam ter os salários reduzidos para permanecer no emprego.