Título: Defesa até quinta-feira
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 03/09/2011, Política, p. 6

Acusados de envolvimento no escândalo, como José Dirceu, João Paulo Cunha e Delúbio Soares, precisam entregar documento ao STF na próxima semana

Os principais atores do escândalo do mensalão têm até quinta-feira para entregar suas defesas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Até ontem, 16 dos 38 réus haviam apresentado as alegações finais na ação penal que investiga o suposto esquema de pagamento de propina em troca de apoio político ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os denunciados que ainda não protocolaram a defesa estão o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-deputado José Genoino, os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), além do publicitário Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão.

Na última terça-feira, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, apresentou suas alegações, pedindo, mais uma vez, a inclusão de Lula no rol de denunciados. Também na terça, o ex-tesoureiro do Partido Liberal (atual PR) Jacinto Lamas entregou sua defesa. Ele responsabilizou um dos caciques do partido, Valdemar Costa Neto, pelas operações financeiras da legenda. "Embora o cargo do acusado (Jacinto), fosse o de tesoureiro do PL, a verdade é que a agremiação era comandada com mão de ferro pelo acusado Valdemar da Costa Neto, este sim quem efetivamente controlava tudo no partido, inclusive a parte financeira e as negociações políticas", destaca a defesa de Jacinto Lamas.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato também apresentou suas alegações finais. Ele frisa que "não detinha competência para determinar pagamento ou fiscalizar execução de contratos". Segundo ele, o BB tem um modelo de administração colegiada e compartilhada.

O marqueteiro Duda Mendonça, por sua vez, admitiu que pode ter recebido recursos provenientes de caixa 2 do PT. "Aos acusados sempre pareceu que os valores recebidos por seu lícito trabalho eram oriundos, na pior das hipóteses, de infração prevista na legislação eleitoral", diz Mendonça. Todas as alegações serão analisadas pelo ministro Joaquim Barbosa, relator do processo no STF. Ele pretende levar o caso a julgamento no começo de 2012.