Título: Carência de profissionais
Autor: puljiz, Mara
Fonte: Correio Braziliense, 03/09/2011, Cidades, p. 31

O recém-inaugurado Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps AD), ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, conta com 26 profissionais, mas o número tem se mostrado insuficiente para dar conta da demanda.

Para reforçar o trabalho, segundo a coordenação de Saúde Mental do DF, é preciso contratar mais farmacêuticos, psiquiatras, além de pelo menos um clínico na atual unidade aberta para acolher dependentes químicos e encaminhá-los ao tratamento. Com a carência de médico, o novo Caps está funcionando com a ajuda do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

De quinta-feira até a manhã de ontem, 26 usuários de droga buscaram ajuda para se livrar do vício. Desses, três foram encaminhados a comunidades terapêuticas. Por volta de 11h40 desta sexta-feira, um homem sob efeito de alguma substância química dormia na porta do Caps. Ele, entretanto, recusou o tratamento e foi embora revoltado com a abordagem.

"Têm muitas pessoas que não aceitam o tratamento e isso é natural de encontrarmos. A gente vai precisar de mais profissionais à medida que a demanda for aumentando", destaca o coordenador da Gerência de Saúde Mental do DF, Augusto César Farias. A gerente do Caps AD, Maria Garrido, informa que está prevista a chegada de mais duas enfermeiras, dois psicólogos e assistentes sociais para a unidade. "Esse corpo técnico deve chegar em um curto prazo", garante.

O ambulatório de rua também não funciona até de madrugada. Por enquanto, uma equipe composta por dois agentes comunitários, uma enfermeira, um técnico em enfermagem e um psicólogo trabalha às terças e às quintas-feiras, das 17h às 22h, no Conic, no Setor Comercial Sul e na Rodoviária do Plano Piloto. A previsão é de que, em 15 dias, o ambulatório móvel passe a ser oferecido das 22h às 2h.

Furto Luciano*, 31 anos, está entre os viciados que cometem crimes para comprar drogas. Ele foi preso na manhã da última quinta-feira, no Itapoã, acusado de tentar furtar objetos do interior de um veículo. O homem confessou ser dependente de crack. Ele já teria furtado outros 10 automóveis na região para manter o vício. Antes de ter a vida devastada pela pedra, Luciano tinha um padrão de vida de classe média e trabalhava como chefe de cozinha. Ele é graduado em dois cursos superiores: gastronomia e telecomunicações. "Trabalhei nos melhores restaurantes de Brasília", revelou à polícia.

Luciano garante ter dois apartamentos no Núcleo Bandeirante e um em João Pessoa (PB). O envolvimento com as drogas começou há cerca de um ano, após a morte da mãe. Ele diz que, a partir daí, entrou em depressão e foi internado em uma clínica de recuperação. Lá, teria conhecido pessoas que lhe ofereceram drogas.

(*) Nome fictício

Condenado por assassinato O Tribunal do Júri de Taguatinga condenou, na última quinta-feira, um homem acusado de matar por conta de uma dívida de drogas. Dyon da Silva Ferreira precisará cumprir 15 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Em 21 de janeiro deste ano, segundo a acusação, ele teria assassinado a facadas o morador de rua Dênis Alves de Sousa, no Riacho Fundo. De acordo com o processo, o crime ocorreu porque a vítima não quitou a dívida com Dyon. O réu negou as acusações, mas vai responder por homicídio qualificado (por motivo torpe).

O que diz a lei A Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, prevê punições distintas a usuários e traficantes. Aos primeiros, estabelece três tipos de pena: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade (de cinco a 10 meses) e medida educativa.

Para quem produz ou comercializa drogas, a pena é de cinco a 15 anos de reclusão e pagamento de multa. Cabe ao juiz responsável pelo caso determinar se a finalidade da droga apreendida é para consumo ou comercialização.

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 03/09/2011 02:59