Título: PSD com fôlego renovado
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 12/08/2011, Política, p. 7
O PSD corre contra o relógio para entregar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) as quase 500 mil assinaturas necessárias para a criação do partido. Dificultada pela demora de alguns cartórios eleitorais, a legenda idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), entrou com um pedido de providências no TSE a fim de que o prazo de 15 dias para o processo de certificação das assinaturas seja cumprido. A resposta da Justiça Eleitoral foi rápida.
No mesmo dia em que arquivou representações do DEM e do PTB, que acusavam a nova sigla de falsidade ideológica, a ministra Nancy Andrighi estipulou prazo de 48 horas, na noite da última quarta-feira, para que as corregedorias eleitorais de quatro estados informem.o TSE sobre o andamento da conferência de assinaturas de eleitores que apoiam a criação do partido. Na primeira decisão, a ministra negou a suspensão do processo de constituição do PSD por entender que ainda haverá momento oportuno "para a formulação dos questionamentos submetidos à apreciação do TSE".
Já na segunda decisão, Nancy Andrighi enviou ofícios às corregedorias do Amazonas, da Bahia, de Mato Grosso e do Paraná pressionando os cartórios a agilizarem o processo, imprescindível para que o PSD dê entrada no TSE com a documentação necessária para que a legenda seja oficialmente criada.
O pedido de providências protocolado pelo PSD tem como razão o apertado prazo para a obtenção do registro definitivo, indispensável para que a sigla concorra nas eleições municipais de 2012. De acordo com a legislação eleitoral, o partido precisa ser formalmente criado um ano antes do pleito para que possa disputá-lo. O prazo limite para que o TSE analise a documentação e aprove o estatuto da nova legenda é 7 de outubro.
No pedido enviado ao TSE, os advogados do PSD alegam que o partido foi "vitima da infiltração de adversários, que se aproveitaram do processo" para "assinar e colocar informações de pessoas já falecidas e conhecidamente analfabetas, buscando, com isso, macular a imagem do novo partido mediante veiculação de notícias pela mídia nacional".
A defesa do PSD acusou também alguns cartórios de adotarem métodos ilegais de conferência de assinatura por meio das folhas de votação do último pleito. "O processo de certificação não levou em consideração que muitos eleitores, com inscrição antiga, já não assinam da mesma forma como faziam tempos atrás", destaca o texto assinado pelo advogado Admar Gonzaga.