Grau de investimento mantido dá alívio à equipe econômica

 

Esperado, o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s acabou trazendo alívio à equipe econômica. E isso porque havia quem esperasse a perda do grau de investimento.

AILTON DE FREITAS/ 10- 8- 2015Rebaixamento. Para Levy, decisão reforça necessidade de controlar dívida

— Foi um downgrade com cara de upgrade, uma ótima notícia para o atual contexto. Tirou o elefante da sala. Alguns no governo esperavam um downgrade de dois graus, o que significaria a perda do grau de investimento — admitiu uma fonte da área econômica.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o rebaixamento da nota é uma indicação de que o país precisa priorizar a redução da dívida pública. A decisão ocorreu, em grande parte, devido à deterioração fiscal, à crise política e ao fraco desempenho da economia.

— A declaração da Moody’s explica exatamente os pontos que ela achou relevantes. É uma declaração bastante detalhada, transparente, e eu acho que dá a indicação das prioridades que a gente tem que ter com relação a manter a qualidade da nossa dívida pública — disse Levy.

Como a Moody’s optou por deixar a perspectiva da nota “estável”, segundo interlocutores do ministro Levy, esse cenário afasta o risco de uma nova redução do

rating por um prazo de seis a nove meses.

— Pelo menos a Moody’s não deu outlook negativo, o que pode sinalizar que, se não houver piora daqui para frente, e a política econômica implementada começar a dar resultado em 2016, o risco de perda do grau de investimento se reduziria bastante — afirmou um integrante da equipe econômica.

Pelo Twitter, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, destacou que o rebaixamento não faz o país perder investimentos. Em diversos posts no microblog, Barbosa ressaltou que a retração econômica é temporária e que o governo está adotando medidas para reequilibrar as contas públicas. “O Brasil não perde investimentos com a reclassificação”, escreveu Barbosa.

E, em outra postagem, completou: “É um processo de construção gradual. A economia atravessa uma fase temporária de redução do nível da atividade. À medida que os resultados aparecerem, vão garantir uma avaliação favorável ao Brasil por parte de investidores”.