Título: Pacote de US$ 300 bi
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Fonte: Correio Braziliense, 08/09/2011, Economia, p. 17

Presidente norte-americano, Obama tenta hoje nova cartada ao anunciar medidas para derrubar a taxa de desemprego de 9,1%

Washington ¿ Em um importante discurso que fará hoje no Congresso, o presidente Barack Obama proporá a injeção de US$ 300 bilhões de dólares na economia dos Estados Unidos para criar empregos, informou ontem a imprensa norte-americana. O canal de TV CNN, que citou fontes do Partido Democrata, afirmou que o plano inclui investimentos e gastos em infraestrutura, assim como ajuda a estados e a administrações locais. A Casa Branca não comentou a informação, mas, no início da semana, o próprio Obama confirmou que anunciaria um plano de estímulos.

De acordo com o presidente dos Estados Unidos, as medidas para aquecimento da economia e geração de empregos incluiriam obras como reconstrução de estradas e pontes em todo o país. Ao discursar numa solenidade do Dia do Trabalho, comemorado anteontem nos EUA, ele desafiou a oposição a apresentar propostas para atacar a grave crise vivida pela economia norte-americana.

Oposição "Na quinta-feira, vamos apresentar um novo modo para fazer a economia crescer e recolocar mais norte-americanos no mercado de trabalho", afirmou Obama. "Há trabalho a ser feito e há trabalhadores prontos para isso. Os sindicatos estão a favor, os empresários também. Precisamos que o Congresso esteja a favor", anunciou ele, na ocasião.

Mas nem mesmo o anúncio a ser feito hoje promete ser uma tarefa fácil. O discurso na Câmara de Representantes, dominada pela oposição republicana, ocorrerá no momento em que diversos indicadores econômicos mostram dados alarmantes e aumentam temores de uma nova recessão. Dados do Departamento do Trabalho mostram que o país não criou nenhum emprego em agosto, interrompendo 10 meses consecutivos de resultados positivos. A taxa de desemprego do país permaneceu em 9,1%.

Obama prometeu pressionar o Congresso ainda para que amplie um incentivo tributário para as empresas que contratam pessoal. Mas o Partido Republicano tem se manifestado contra as propostas já adiantadas pelo presidente, argumentando que elas seriam muito caras neste momento em que o governo tem necessidade de reduzir o deficit público, que ultrapassa US$ 1,4 trilhão por ano.

Parte dos EUA cresce menos A lenta recuperação econômica dos Estados Unidos não conseguiu ser revertida e até piorou em algumas regiões do país nas últimas semanas, informou o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). "A atividade econômica continua a expandir com passos modestos, embora alguns distritos tenham notado atividades mistas ou enfraquecidas", informou, ontem, o BC do país, por meio do Livro Bege, uma espécie de ata sobre as condições econômicas nos EUA. O crescimento estava modesto ou fraco em cinco distritos analisados, enquanto os sete restantes tinham a atividade definida como "muito branda" ou "mais lenta". Os gastos dos consumidores cresceram na maioria das regiões, mas os desembolsos na aquisição de bens, exceto carros, permaneceram estáveis ou recuaram no fim de agosto.