Título: As armas contra as crises
Autor: Silveira, Igor
Fonte: Correio Braziliense, 07/09/2011, Política, p. 4

Economia mundial e calos brasileiros, como saúde, segurança e corrupção, pontuam pronunciamento de Dilma.

A presidente Dilma Rousseff abriu o Sete de Setembro ontem com pronunciamento em rádio e televisão pautado pela apresentação das barricadas do país contra as crises econômica mundial e em setores como a saúde e a segurança, além de reforçar o combate à corrupção. O discurso foi gravado no Palácio da Alvorada e veiculado no início da noite. Em cerca de 10 minutos, ela cumprimentou o povo pela data, falou sobre a força do Brasil para enfrentar as turbulências na economia internacional e ressaltou a importância de programas sociais do governo (confira os principais pontos abaixo).

Hoje, Dilma participa pela primeira vez do Sete de Setembro como presidente. Ela estará no camarote presidencial com ministros, parlamentares, a filha, Paula, e o neto, Gabriel. Ambos estão na capital federal desde o fim de semana e devem marcar presença na festa. Por enquanto, a única ausência confirmada no camarote da Presidência é a de Michel Temer. O vice-presidente estará no Rio Grande do Norte com a família.

Os principais pontos

Economia

A presidente aproveitou o pronunciamento para anunciar programas de manutenção dos empregos e fortalecimento da indústria nacional, pontos-chave contra a crise econômica mundial. "O significado do Sete de Setembro não precisa ser explicado, mas renovado por todos nós brasileiros. Quando o Brasil se libertou, o mundo passava por grandes mudanças, assim como hoje", afirmou. "O mundo vive uma grave crise econômica e cobra novas respostas. Apesar de ter as mesmas raízes, essa crise é mais complexa que a de 2008. Essa, porém, não nos ameaça fortemente porque mudamos para melhor e o país está plenamente preparado para enfrentar mais esse desafio", completou Dilma, lembrando do controle da inflação e da queda nos juros.

Ela destacou, ainda, que uma das armas do Brasil usadas para atravessar o momento difícil é a defesa do mercado interno e dos empregos. "Não iremos permitir ataques às nossas indústrias", garantiu. Dilma também aproveitou a ocasião e falou sobre medidas para educação com um recado embutido para o Congresso Nacional. Segundo ela, assim que o projeto do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) for aprovado pelo parlamento, 8 milhões de brasileiros serão capacitados em quatro anos.

Saúde e segurança

Os dois pontos mais mal avaliados pelo povo, segundo pesquisa CNT/Sensus, foram abordados pela presidente durante o pronunciamento. Para unir os dois temas, ela enumerou iniciativas de proteção às fronteiras brasileiras, impedindo, assim, a circulação de drogas e armas. "Precisamos enfrentar as drogas, em especial o crack, com muita autoridade contra os traficantes e muito apoio para quem é vítima do vício", defendeu.

Ela ainda anunciou a criação de uma grande rede de cuidados em saúde mental, álcool, crack e outras drogas. O programa será composto por unidades terapêuticas, de atendimento, enfermarias e consultórios de rua, com auxílio aos doentes 24 horas por dia, em todo o país. A presidente também reforçou a ampliação de Unidades de Pronto Atendimento e das Unidades Básicas de Saúde.

Corrupção

Dilma voltou a tocar no combate à corrupção como meta do governo para os próximos três anos. Ela prometeu reforçar as ações contra as denúncias, iniciadas com a série de substituições na Esplanada, que já atingiram os ministérios dos Transportes e das Cidades. "País que tem rumo e sabe da grandeza do seu destino. Um país que, com o malfeito, não se "acumplicia" jamais. E que tem, na defesa da moralidade e no combate à corrupção, uma ação permanente e inquebrantável", declarou.