Título: Otimismo se mantém
Autor: Martins, Victor ; Freitas, Jorge
Fonte: Correio Braziliense, 07/09/2011, Economia, p. 8

Apesar da disparada da inflação, as famílias brasileiras continuam otimistas com a economia graças à melhoria da renda. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o bom humor dos entrevistados se repete na intenção de gastar. Para 56,8%, o momento atual é propício para comprar bens duráveis, contra 38,3% que discordaram dessa avaliação. A pesquisa foi feita em 3.810 domicílios de 200 municípios de todos os estados.

O levantamento mostrou uma melhora sobre julho, quando 49,5% acreditavam que a situação era ideal para consumir e 45,4% viam o cenário como adverso. Além disso, em agosto, 80,4% se consideraram seguros em seus postos de trabalho, ante os 79,3% verificados na pesquisa anterior. Em relação ao curto prazo (próximos 12 meses), 56,8% dos pesquisados acreditam que o cenário vai melhorar. O número é 3,6 pontos percentuais maior que o verificado em julho (53,2%). Para o médio prazo (até cinco anos), os que acham que a situação estará melhor passaram de 53% para 56,4%. A Região Centro-Oeste mostrou o maior otimismo, com 78,3% das pessoas vendo melhora no curto prazo.

A faixa de renda familiar mais otimista com os próximos 12 meses é a que vai de quatro a cinco salários mínimos: 65,02%. A parcela que mostra mais dúvidas quanto à melhoria do cenário tem renda superior a dez salários: 51,22% creem em cenário mais positivo para o Brasil em um ano.

O Ipea revelou ainda que 73,8% das famílias afirmaram estar em melhor situação financeira do que há um ano, pouco menos que em julho (75,5%). Em relação ao endividamento, os índices mostram estabilidade: 9,7% se consideram com muitos débitos, ante 9,2% em julho. A perspectiva de desaceleração da economia e de alta dos preços deve afetar as próximas pesquisas. É o que indica o analista de sistemas Edson Oliveira, 47 anos, que reclama da forte alta dos preços. "Tenho percebido que os gastos mensais em minha casa aumentaram pelo menos 10% nos últimos meses", afirmou. (JF e VM)