Título: Obama amarga rejeição inédita de 53%
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Fonte: Correio Braziliense, 07/09/2011, Mundo, p. 15

Nas vésperas de fazer um importante discurso diante de seus aliados e de adversários no Congresso, Barack Obama enfrenta o pessimismo dos americanos. Pela primeira vez, em três anos de governo, mais da metade dos americanos não aprova a gestão do presidente dos Estados Unidos. Pronto para disputar mais uma eleição em 2012, o chefe de Estado enfrenta uma grande crise econômica e um alto nível de desemprego. Segundo pesquisa divulgada ontem pelo jornais The Washington Post e pela emissora de tevê ABC News, 53% dos americanos não estão satisfeitos com a atual administração e mais de 60% não concordam com as políticas econômicas da Casa Branca. Obama espera reverter os números com um novo plano de criação de emprego que será apresentado amanhã diante dos congressistas. O mandatário promete mudar os rumos de sua presidência e melhorar a situação da economia.

Os novos números sobre a popularidade do presidente mostram que ele não pode ser considerado o favorito nas próximas eleições. Pela primeira vez, desde o início de seu mandato, em 2009, apenas 43% da população apoia a gestão do governo de Obama. Seis em cada 10 americanos não estão satisfeitos com as medidas promovidas pelo chefe de Estado para impulsionar a economia. No entanto, perto do 10° aniversário dos ataques de 11 de setembro, 63% população aprovam as políticas do chefe de Estado contra o terrorismo. Obama ganhou pontos após a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. Mas, para os americanos, é a economia que mais importa no momento. Uma outra pesquisa divulgada pelo jornal The Wall Street Journal mostrou que 73% da população acredita que o país está na direção errada.

Obama ainda tem 15 meses para reconquistar os eleitores e reverter o quadro. Do lado republicano, seus adversários também não estão com a popularidade em alta ¿ 68% dos eleitores desaprovaram o trabalho do partido no Congresso, especialmente em relação à negociação do teto da dívida no mês passado.

Republicanos Por enquanto, os opositores do governo fazem campanha para as primárias, que começam em janeiro, e definem o candidato que deve disputar os votos com o presidente. O governador do Texas, Rick Perry, está à frente nas pesquisas, seguido por Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts, e por Michele Bachmann, deputada por Minnesota.

A solução dos problemas econômicos deve definir quem será o próximo líder americano e marcar toda a disputa presidencial. Obama aposta em um novo plano para incentivar empregos e dar mais incentivo fiscal para as empresas. Ontem, Romney decidiu revelar seu programa de economia com 160 páginas e 59 pontos estratégicos, dois dias antes do discurso do presidente diante do Congresso. O projeto do republicano, o único revelado até agora desde o início da campanha do partido, prevê um crescimento econômico de 4 pontos percentuais, a criação de 11,5 milhões de empregos e uma taxa de 5,9% de desemprego para os próximos quatro anos. Para chegar até lá, o pré-candidato não apresentou nenhuma proposta inovadora. Romney aposta em políticas de energia e de comércio, na revisão de impostos e em uma postura mais dura contra a China e os sindicatos.

Tragédia em restaurante de Nevada Um homem armado com um rifle invadiu um restaurante na cidade de Carson City, em Nevada (oeste dos Estados Unidos), e matou três pessoas. Entre as vítimas, estão um homem e uma mulher que pertenciam à Guarda Nacional americana. Ele ainda feriu seis pessoas e se suicidou depois do tiroteio. De acordo com a agência Associated Press, o ataque ocorreu durante o café da manhã. Vários policiais fardados estavam no local, já que um quartel fica a poucos quilômetros do estabelecimento. As autoridades não sabem o que pode ter motivado as mortes e também não divulgaram a identidade do autor dos disparos. Nevada permaneceu ontem em estado de alerta e intensificou a segurança nas repartições públicas e nos prédios militares.