Picciani leva nove nomes para as duas pastas oferecidas à bancada

 

JÚNIA GAMA 

O globo, n. 29998, 24//09/2015. País, p. 7

 

A presidente Dilma Rousseff recebeu ontem do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani ( RJ), três nomes da bancada do partido na Câmara para o Ministério da Saúde — Manoel Júnior ( PB), Marcelo Castro ( PI) e Saraiva Felipe ( MG) — e outros seis para uma segunda pasta, possivelmente na área de infraestrutura: José Priante ( PA), Washington Reis ( RJ), Newton Cardoso Júnior ( MG) ( filho do ex- governador de Minas Newton Cardoso), Mauro Lopes ( MG), Celso Pansera ( RJ) e Sérgio Souza ( PR).

Em comum, a maior parte deles tem boa relação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha ( PMDB- RJ), e com Leonardo Picciani. Os mais cotados até o momento são Manoel Júnior para a Saúde e José Priante para a outra pasta.

Formado em Medicina, Manoel Júnior foi vice- líder de Cunha até o ano passado, quando o agora presidente da Câmara era líder do PMDB. Tem relação próxima com Cunha e se reaproximou de Picciani após perder a disputa interna pela liderança do partido este ano. Ele foi citado na farra das passagens aéreas na Câmara em 2009. Integrante da bancada ruralista, no ano passado declarou patrimônio de R$ 1.528.794 à Justiça Eleitoral.

José Priante é primo de outro cacique peemedebista, o senador Jader Barbalho ( PA), com quem, apesar do parentesco, disputa postos da máquina federal no estado. É alvo de ação civil por improbidade administrativa. Está no quarto mandato de deputado federal. Formado em Direito, é empresário pecuarista. Declarou no ano passado patrimônio de R$ 783.257.

Há outros nomes no páreo. É o caso de Marcelo Castro, que já foi cotado anteriormente para ser ministro no governo Dilma. Relator da reforma política na comissão especial, entrou em confronto direto em maio deste ano com Cunha. O deputado Celso Pansera, outro nome levado a Dilma, tampouco está entre os favoritos. Muito ligado a Cunha, ele foi chamado de “pau- mandado” do presidente da Câmara e acusado pelo doleiro Alberto Youssef de intimidá- lo com requerimentos na CPI da Petrobras.