Gerdau propõe a governadores pacto pela reforma administrativa

 

JOÃO SORIMA NETO E SILVIA AMORIM 

O globo, n. 29997, 23//09/2015. País, p. 8

 

O país vive uma crise ética, econômica, fiscal, de credibilidade e política, e as soluções para este quadro extremamente complexo devem sair da sociedade civil, afirmou ontem o presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo ( MBC), empresário Jorge Gerdau Johannpeter. Ele propôs um pacto de reforma administrativa a pelo menos sete governadores presentes ao “Congresso Brasil competitivo: 2030, o Brasil que queremos”, realizado ontem em São Paulo. Os governadores presentes se comprometeram a, em 60 dias, enviar propostas que tornem o Estado mais eficiente.

PEDRO KIRILOSDesafios. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, fala durante o congresso em São Paulo

Compareceram Geraldo Alckmin ( PSDB), de São Paulo; Marconi Perillo ( PSDB), de Goiás; Paulo Câmara ( PSB), de Pernambuco; Beto Richa ( PSDB), Paraná; Camilo Santana ( PT), do Ceará; Rodrigo Rollemberg ( PSB), do Distrito Federal; Pedro Taques ( PSDB), de Mato Grosso, e Reinaldo Azambuja ( PSDB), de Mato Grosso do Sul. O objetivo do congresso foi debater estratégias para melhorar a eficiência pública.

— Os governadores estão se tornando gestores de folha de pagamento. O país precisa de governadores que façam governança, que tenham rumo e eficiência, que permitam que os agentes econômicos se desenvolvam. Não há mais espaço para burocracia nos moldes antigos. Temos hoje um emaranhado legislativo que não protege o patrimônio, uma excessiva judicialização, insegurança regulatória — disse.

Gerdau ressaltou que é preciso atender as demandas sociais como Saúde, Educação, mobilidade urbana, logística. Mas frisou que, se o país não voltar a crescer, não sairemos do conflito social e político.

— Temos deficiência em todos esses serviços. Sem crescimento do país não vamos atender nossa demandas sociais. É preciso dobrar a renda per capita até 2030, o que significa um crescimento médio de 4,5% até lá — disse Gerdau, defendendo o ajuste fiscal como fundamental.

O empresário citou estatística do Banco Mundial que indica que países que não investem pelo menos 20% do Produto Interno Buto ( PIB) têm crescimento médio menor do que 2% a ano. Só no setor de infraestrutura, disse, o Brasil tem uma defasagem de investimentos da ordem de R$ 650 bilhões.