PMDB dá boas-vindas a Marta e prega reunificação

Chrystiane Silva 

28/09/2015

O evento de filiação da senadora Marta Suplicy ao PMDB, no sábado, reuniu as principais lideranças do partido, que se mostraram coesas na intenção de ter um candidato próprio à Presidência da República, em 2018. Nos discursos de boas-vindas à senadora, os parlamentares reafirmaram que o PMDB possui muitas divergências internas, mas está unido em favor do Brasil e passa por um momento de reunificação.

A senadora Marta Suplicy, em seu discurso, mostrou mágoa por ter deixado o PT, em abril. "Diante de relações conflituosas, sem a menor perspectiva de melhora, e que fere os nossos princípios, o melhor caminho a se tomar, por mais doído que seja, é o rompimento", disse. Ela agradeceu e elogiou todas as lideranças presentes e disse que se sente acolhida. "Não tenho dúvidas que aqui é meu lugar", afirmou.

Discursando para uma plateia de centenas de militantes, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o PMDB tem de seguir os passos da senadora e romper com o PT. "O PMDB tem de ter candidato à Presidência da República. Não podemos mais ir a reboque de quem quer que seja. Time que não joga não tem torcida", disse.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o partido tem tido muita preocupação com o cenário atual. "Estamos vivendo as maiores dificuldades políticas desde 1964 e com reflexos econômicos. A solução tem de vir rápido para que o povo não perca as conquistas dos últimos anos", disse. Mais comedido, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que o PMDB é um partido de divergências internas, mas que está unido pelo país. "Com Marta, o partido ficou ainda maior", afirmou.

A filiação da senadora ao PMDB pode intensificar a disputa pela candidatura à Prefeitura de São Paulo, no próximo ano. A escolha do candidato que representará o PMDB só sairá em 2016, mas o secretário de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, já mostrou interesse em ser o representante do partido na eleição municipal. "Estou à disposição do partido e acho que a disputa pode ter mais quatro ou cinco candidatos", disse Chalita.

O evento foi realizado no Tuca, teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a pedido de Marta. O local é conhecido como símbolo da luta contra a ditadura. Também estiverem presentes no evento o senador Edison Lobão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o ex-governador do Rio, Moreira Franco, o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

Valor econômico, v. 16 , n. 3850, 28/09/2015. Política, p. A7