O Estado de São Paulo, n. 44500, 19/08/2015. Política, p. A4

Em inserção do PT, Lula reconhece crise econômica grave

Ricardo Galhardo

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou ontem inserções de TV nas quais reconhece a gravidade da crise econômica e pede a união nacional para o país encontrar a saída. "O Brasil vai voltara crescer", diz Lula, no final da propaganda que vai ao ar sábado. As inserções fazem parte da estratégia para consolidar a recuperação do governo e jogar para a oposição parte da responsabilidade pela crise. Com base em pesquisas internas, o PT identificou um campo fértil para plantar a ideia de que a oposição estimula o "quanto pior, melhor" com o objetivo de derrubar a presidente Dilma Rousseff e assumir o governo. Assim o PT também alinha seu discurso a setores do empresariado que têm se posicionado publicamente pela unidade contia acrise econômica. Além disso, a sigla aposta em uma resposta nas ruas às manifestações que pediram o impeachment de Dilma realizadas em todo o País no domingo. Discurso. A avaliação no PT é de que os protestos contra o governo devem diminuir mas não vão acabar e que a saída é mobilizar setores que pensam o contrário. Para garantir o apoio de grupos refratários ao governo e ao PT, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a legenda admitiu adaptar as inserções de rádio e TV veiculadas ontem, nas quais convida para as manifestações de amanhã, ao discurso destes movimentos. As inserções chamam à "defesa da democracia" mas em momento algum falam em "golpe", termo usado por petistas para se referir às movimentações pelo impeachment. "Temos o cuidado de evitar que soasse como uma tentativa de partidarizar os atos, a exemplo do que o PSDB fez com as manifestações de domingo", diz o secretário de Comunicação do PT, José Américo Dias.