Título: Pessimismo na indústria
Autor: Bonfanti, Cristiane
Fonte: Correio Braziliense, 22/09/2011, Economia, p. 18
O risco de uma avalanche desabar sobre a economia mundial afetou a confiança não apenas de consumidores, mas também de empresários. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que, entre agosto e setembro, os dirigentes ficaram mais pessimistas. No que se refere à economia brasileira ¿ um dos componentes pesquisados ¿, o resultado caiu de 44,5 para 44,2 pontos, numa escala que vai de zero a 100. Projeções acima de 50 mostram confiança. Quando a comparação é anual, o cenário é ainda pior. Em setembro do ano passado, o índice era de 57,6 pontos, 13,4 pontos acima do atual.
Desde março, quando registrou 49,9 pontos, a avaliação dos empresários sobre o panorama econômico não ultrapassou os 50 pontos. Desta vez, das áreas industriais analisadas, somente o setor extrativo está confiante sobre o cenário econômico, com indicador de 50,3 pontos. Na avaliação do economista da CNI Marcelo de Ávila, esse otimismo se deve às condições que favorecem o segmento, grande produtor de minério de ferro. "Embora o câmbio esteja desfavorável para a indústria como um todo, o aumento das cotações das commodities (produtos básicos) e a elevada demanda internacional por esses produtos acabam compensando", explicou.
Seis meses Por outro lado, a avaliação sobre as condições atuais das empresas passou de 49,5 para 50,4 pontos, voltando a ficar positiva conforme os critérios da CNI. Quando a comparação levou em conta todos os indicadores (que incluem ainda expectativas em relação à empresa), o resultado se manteve positivo em 56,4 pontos entre agosto e setembro. No entanto, caiu 11% ante o mesmo mês do ano passado, quando o índice era de 63,4 pontos.
A pesquisa revelou ainda que a expectativa dos empresários também piorou para os próximos seis meses. A confiança em relação à situação da economia brasileira permaneceu em 55,5 pontos em setembro, na comparação com agosto. No 9º mês do ano passado, esse índice estava em 61,9 pontos. Já a expectativa em relação às condições das empresas caiu de 63,2 para 62,9 pontos na comparação mensal. No ano passado, ela estava em 67,9 pontos.