Dilma se reúne com 12 ministros para discutir cortes no governo

 

JÚNIA GAMA 

O globo, n. 29987, 13//09/2015. País, p. 4

 

A presidente convocou 12 ministros para participar de duas rodadas de reuniões na tarde de ontem no Palácio da Alvorada. Na pauta, os cortes de gastos que deverão ser anunciados amanhã em todos os ministérios. Segundo um ministro, haverá novas reuniões hoje. No primeiro encontro de ontem, Dilma recebeu a chamada junta orçamentária, formada pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e da Casa da Civil. - BRASÍLIA- A presidente Dilma Rousseff se reuniu na tarde de ontem, no Palácio da Alvorada, com 12 ministros e dois secretários (Receita e Tesouro) para discutir os cortes que devem ser feitos no governo e anunciados já amanhã. O Palácio do Planalto confirmou que o tema da reunião foi a discussão de cortes administrativos nos ministérios, mas não deu detalhes do que foi debatido.

GIVALDO BARBOSA/02-09-2015Cortes. Presidente Dilma Roussef recebeu ministros no Palácio da Alvorada

Depois do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poors, o governo corre para reduzir gastos e reforçar compromisso com o ajuste fiscal.

No início da tarde, a presidente recebeu a chamada Junta Orçamentária, formada pelos ministros Joaquim Levy ( Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). Além deles, estavam os secretários da Receita, Jorge Rachid, e do Tesouro, Marcelo Saintive.

Horas mais tarde, Dilma fez nova rodada de reuniões com os ministros dos Transportes, Antonio Rodrigues; da Agricultura, Kátia Abreu; da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebello; das Cidades, Gilberto Kassab; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Previdência, Carlos Eduardo Gabbas; das Comunicações, Ricardo Berzoini; da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e George Hilton, dos Esportes.

O governo decidiu que só anunciará aumento ou criação de impostos após a divulgação de novos cortes de gastos.

Segundo um ministro, haverá uma nova rodada de discussões hoje. O foco principal do governo é definir os cortes orçamentários. O Ministério do Planejamento ficou de apresentar às demais pastas o volume de cortes. Há intenção do governo de iniciar a redução pelos contratos de terceirização de serviços. De acordo com esse ministro, o Planejamento não deve definir um percentual de corte linear para os ministérios porque cada pasta tem sua peculiaridade.

Como O GLOBO mostrou na edição de ontem, o Planalto volta a cogitar implantar a CPMF.

A equipe econômica avalia que essa seria a melhor saída para fechar o déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016 e tentar atingir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB ( Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços produzidos no país) no ano que vem.

Em relação aos cortes, os técnicos da área econômica afirmam que as ações envolverão o enxugamento da máquina pública e também uma revisão de programas e benefícios sociais.