Investidor brasileiro busca oportunidade em ações dos EUA

Aline Oyamada 

08/10/2015

Investidores brasileiros têm procurado diversificar suas aplicações no mercado acionário e estão de olho em oportunidades nos Estados Unidos em substituição à bolsa local. De acordo com Lauren Harvey, estrategista de renda variável de EUA do UBS Asset Management, o mercado acionário brasileiro tem poucas opções de nomes em relação ao americano e, nesse momento de volatilidade, as ações em Wall Street têm apresentado resultados mais estáveis.

A estrategista, que esteve no Brasil visitando clientes do banco, disse que investidores locais de várias categorias - de "family offices" a fundos de pensão - têm procurado saber mais sobre as opções de investimento em ações americanas. "Por exemplo, se quiser se expor a [empresas de] biotecnologia, isso não é possível no mercado local. Nessa área, os EUA estão repletos de oportunidades", disse Lauren ao Valor.

Lauren - cuja equipe administra US$ 6 bilhões em ativos - explica que, observando os fundamentos de cada uma das 700 companhias que a equipe cobre, há boas oportunidades nas ações de empresas americanas do setor de saúde e tecnologia, onde há muita inovação sendo criada. Os papéis de empresas de serviços de utilidade pública são vistos como os menos atraentes, por uma questão de preço. "Os clientes querem diversificar, estão olhando globalmente e, especificamente nos Estados Unidos, estão buscando oportunidades para criar exposição", diz Lauren.

A estrategista afirma que seus portfólios possuem exposições relativamente pequenas a companhias do Brasil e da América Latina como um todo. A expectativa dos economistas do UBS Asset Management é que o Brasil continue em um cenário de estagflação no próximo ano. "Nossa exposição a Brasil é relativamente baixa, temos apenas alguns nomes. Certamente há preocupação dos analistas, há muitas coisas acontecendo."

Do ponto de vista de preço, Lauren diz que há boas oportunidades de investimento em renda variável no norte da Ásia, região considerada mais atraente que Brasil e Rússia. Na China, a despeito da turbulência no mercado acionário, Lauren diz que ainda há ações interessantes, embora mantenha exposição ao país também relativamente pequena.

Valor econômico, v. 16 , n. 3858, 08/10/2015. Finanças, p. C2