Após tragédia, licença de mineradora é suspensa

 

DANDARA TINOCO*, MARIANA SANCHES* E MÁRCIO MENASCE

O globo, n. 30045, 10//11/2015. País, p. 6

 

A secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais suspendeu ontem a licença da mineradora Samarco para exercer qualquer atividade no município de Mariana, onde duas barragens de rejeitos da mineração se romperam na última quinta-feira. O acidente deixou ao menos três mortos e 24 desaparecidos. Duas vítimas foram identificadas ontem.

O Ministério Público de Minas recomendou à Samarco que garanta ao menos um salário-mínimo para cada família atingida pelo acidente a partir de dezembro, disse o promotor Guilherme Meneghin. O MP entregou um documento com cinco providências a serem tomadas pela empresa. Além de remuneração mensal para cada família, a instituição pediu uma relação com os nomes de todas as pessoas afetadas pela tragédia, a identificação das necessidades dos atingidos, um cronograma para que os desabrigados em hotéis sejam realocados para moradias e um plano de reparação às vitimas.

— Demos cinco dias para que eles nos respondam sobre a concretização desses direitos das vítimas — disse Meneghin.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a Samarco só está autorizada a desenvolver ações emergenciais, voltadas para minimizar o impacto do rompimento das barragens e prevenir novos danos. A empresa só poderá retomar as atividades após a adoção de medidas de reparo dos danos.

A segunda vítima identificada é Sileno de Lima, de 47 anos, funcionário da Integral Engenharia, que prestava serviço para a Samarco. À tarde foi identificado o corpo de Valdemir Leandro, de 48 anos, funcionário da Geocontrole, também prestadora de serviços. O número de desaparecidos é 24, sendo 11 funcionários e 13 moradores.