Governo tem plano para recuperar o rio Doce

Andrea Jubé e Bruno Peres

18/11/2015

A presidente Dilma Rousseff anunciou na noite de ontem que o governo federal lançará um plano nacional de recuperação da bacia do Rio Doce, que banha 35 municípios de Minas Gerais, e foi atingido pela tragédia ambiental relativa ao rompimento de barragem da mineradora Samarco. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, coordenará o plano de ação jurídica para avaliar a reparação dos danos pela mineradora. O governo estuda criar um fundo de recuperação do rio, por meio de sanção à empresa Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton.

"Estamos monitorando a chegada das ondas, a qualidade da água, o fornecimento alternativo de água para as populações dos municípios atingidos", disse Dilma em entrevista coletiva. "Ao mesmo tempo, não estamos descuidando das questões relativas à revitalização do rio Doce." A presidente disse que o objetivo é tornar o rio "melhor do que estava antes", revitalizando nascentes e a mata ciliar.

Sobre o monitoramento dos riscos de novos acidentes, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse que pelo menos 50 mil metros cúbicos de rochas estão sendo depositados no entorno das barragens próximas ao local do acidente, para evitar novos desmoronamentos.

Hoje, Adams reúne-se com os procuradores do Estado de Minas Gerais e do Espírito Santo para avaliar a reparação jurídica do desastre. "Vamos construir juntos um plano federativo para recuperação do rio Doce, isso envolve um instrumento jurídico importante, que pode ser um fundo, um cronograma de ressarcimento", disse Pimentel.

"Todos nós temos a mesma visão, a empresa tem uma responsabilidade e vamos cobrar essa responsabilidade [da Samarco]", disse o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. "Estamos unidos e articulados, precisamos cobrar da empresa Samarco a responsabilidade por esse trágico episódio, vamos criar um fundo", afirmou o governador.

Valor econômico, v. 16 , n. 3885, 18/11/2015. Empresas, p. B5