Pizzolato reclama de condições da Papuda

 

EVANDRO ÉBOLI

O globo, n. 30042, 07//11/2015. País, p. 9

 

H enrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e condenado no mensalão, queixou-se a amigos que foram visitálo das condições do Centro de Detenção Provisória na Papuda, em Brasília, onde cumpre pena desde outubro. Ele reclama das condições de atendimento à saúde, a ele e a outros presos, e relatou que o seu remédio ministrado na Itália não é encontrado no Brasil. A situação dele foi relatada num ofício protocolado por amigos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e em instituições de direitos humanos do Congresso Nacional.

“Relatou que está preso no Brasil há dez dias e que, o que mais o preocupa dentro da cadeia é a precariedade da assistência à saúde aos presos, pois na sua maioria são de idade avançada, e que, na data de ontem (4 de novembro) um preso passou mal, foi socorrido e morreu num hospital... Falou com tristeza da situação da saúde de um preso que sabe somente chamar-se Garimpeiro”, diz o ofício dos amigos, com a data de anteontem.

Pizzolato relatou a quem o visitou que, quando da sua extradição para o Brasil, trouxe consigo todo o seu prontuário médico, que o remédio que lhe foi ministrado não existe no Brasil e que aqui lhe foi receitado um similar. O subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe) do governo do Distrito Federal, delegado João Carlos Lóssio, afirmou que as queixas de Pizzolato não procedem.

— Temos atendimento médico primário dentro do presídio. E atendimento emergencial, além de psicólogos e assistentes sociais. Tendo necessidade, o preso é encaminhado à rede pública de Saúde. E também não temos nenhum problema de alimentação, que é a melhor possível. São quatro refeições por dia: café da manhã, almoço, jantar e ceia. O que muitos trabalhadores não têm. E temos ainda uma cantina onde os presos podem comprar produtos não fornecidos no presídio. Portanto, não procedem essas queixas — disse Lóssio.