Título: Promessa de R$ 1,5 bi para pesquisas
Autor: Braga, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 09/09/2011, Brasil, p. 7

O investimento em pesquisas na saúde quadruplicará nos próximos quatro anos. O anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Padilha em encontro com cientistas na manhã de ontem. O orçamento, que foi de R$ 400 milhões nos últimos quatro anos, passará para R$ 1,5 bilhão, aproximadamente R$ 350 milhões por ano. O dinheiro vem do remanejamento de outras áreas no orçamento da própria pasta.

Uma das pesquisas prioritárias é o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. Os estudos estão sendo feitos pelo o Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estima um prazo entre cinco e 10 anos para que o produto esteja no mercado. As universidades Estadual do Ceará e Federal do Espírito Santo também têm estudos na área.

Segundo o ministro, o objetivo é permitir a produção de medicamentos e a realização de tratamentos para as doenças que atingem o país. "A população pode esperar que o ministério passe a investir em novos tratamentos e vacinas para que nós tenhamos, aqui no Brasil, medicamentos para enfrentar os nossos problemas."

Outro objetivo é evitar que os gastos na área sejam suscetíveis a crises internacionais. "Apostar no investimento em inovação tecnológica, na produção de conhecimento e na ideia de que o país pode produzir alternativas de tratamento é primordial para a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde", afirmou Padilha.

De acordo com o ministério, a evolução do desenvolvimento de medicamentos no Brasil gerou uma economia de R$ 600 milhões na compra de remédios, o que reforçou a distribuição de drogas para o tratamento do câncer e da hepatite C. "O Brasil começa a ter capacidade de pensar o futuro. É o único país que ousa, no meio de uma crise internacional, fazer anúncio de investimento tão potente em desenvolvimento de pesquisa e tecnologia", enalteceu o ministro.

Prioridades Para organizar esses investimentos, foi lançada também a agenda de Pesquisas Estratégicas para o Sistema de Saúdes. Das 838 linhas de pesquisa, foram definidos 151 estudos como prioritários, 40 já em andamento. Essas pesquisas fazem parte de 16 temas gerais ¿ entre eles, atenção básica e atenção especializada, saúde mental, e rede de urgência e emergência.

Para definir os critérios para a concessão de recursos, serão usados os temas prioritários do Plano Plurianual. Nos últimos oito anos, 4.314 projetos de pesquisa foram financiados pelo governo federal, contemplando 580 instituições. Foram produzidas 1.753 dissertações de mestrado e 931 teses de doutorado com fomento da pasta.