Título: A divisão do Pará vale a pena?
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 13/09/2011, Política, p. 2

NÃO O Congresso aprovou, sem nenhum estudo, os plebiscitos para que o povo do Pará vote se deseja ou não retalhar seu território criando Carajás e Tapajós. As propostas que redesenham a geografia da Amazônia foram elaboradas sem a participação da sociedade paraense, sem consulta às várias universidades, centros de estudos ou qualquer instituição pública ou privada que, ao menos, democratizasse o debate quando da elaboração dos projetos.Na verdade, meia dúzia de políticos, analisando seus interesses, legítimos ou não, prepararam um monstrengo que ameaça a qualidade de vida de milhões de pessoas, põe em risco áreas imensas de floresta e aumenta assustadoramente o custo da máquina pública. A sabedoria popular ensina que quem parte e reparte e não fica com a melhor parte é louco ou ruim da arte. Como não identifico, nos formuladores das propostas, insanos, mas gente com muita inteligência, questiono a esperteza de quem vai lucrar de alguma forma. A divisão é cara, não melhora a vida do povo e só é boa para poucos. Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), deputado federal

SIM A análise da evolução comparativa do PIB dos estados de Tocantins e Goiás entre 1988 e 2008 demonstra um crescimento econômico de 194,86% contra um crescimento médio do Brasil de 76,26% nesse mesmo período, ou 155% acima da média do crescimento nacional. Da mesma forma, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, entre 1975 e 2008, cresceram 722,86% contra um crescimento econômico médio do Brasil de 251,97%, ou seja, um índice ainda maior: 186% acima da média registrada no país naquele período.Por isso, antes de ser uma prioridade do Pará, a emancipação das duas regiões torna-se uma questão nacional. Espero que o país encare essa discussão com a maturidade que ela requer e que a legitimidade prevaleça para o caminho legal a ser decidido. O Pará legal e o Pará legítimo devem se associar ao crescimento apresentado pelo Brasil como um todo, para que todas as nossas regiões adquiram peso comum na vida política, institucional e cultural e, assim, o diálogo federativo aconteça em justa proporção. Giovanni Queiroz (PA), líder do PDT na Câmara dos Deputados