O globo, n. 30087, 22/12/2015. Economia, p. 24

Mercosul quer acordo com UE em 2016

 

JANAÍNA FIGUEIREDO

Países do bloco tentarão parcerias também com Aliança do Pacífico.

-ASSUNÇÃO- Os países do Mercosul pretendem fechar, no primeiro trimestre de 2016, o acordo de livre comércio com as nações da União Europeia (UE), que vem sendo negociado por ambos os blocos há mais de dez anos. Em seu discurso de abertura da cúpula de presidentes, realizada ontem em Assunção, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, assegurou que “a oferta do Mercosul está pronta”.

— É prioritário concretizar o postergado acordo entre Mercosul e União Europeia. Estamos falando de novos nichos de mercado, possibilidades comerciais, foi um dos avanços mais significativos em nossa gestão — disse Cartes, em referência aos seis anos de presidência temporária do Paraguai no bloco, mandato encerrado ontem e transmitido ao Uruguai. — Só nos resta esperar a confirmação da data por parte da União Europeia para fazer a troca (de ofertas).

Cartes afirmou, ainda, que seu país propôs um encontro de chanceleres com os países da Aliança Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile), para discutir acordos bilaterais entre os dois blocos.

O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, também defendeu a importância de dar impulso ao acordo com a UE.

— Não fizemos o suficiente, chegou a hora de pisar no acelerador. Avançar no acordo com a UE é prioridade, e a Argentina está comprometida. Mas temos de chegar a todos os mercados — assegurou Macri. MACRI QUER MAIS PARCERIAS O presidente argentino, que participa de sua primeira reunião de chefes de Estado do bloco, reiterou seu interesse também em um acordo com os países da Aliança Pacífico.

— O mundo do século XXI oferece múltiplas alternativas, e não existe razão para limitarnos. Penso nos sócios da Aliança Pacífico — comentou.

Já a presidente Dilma Rousseff afirmou que o “o Mercosul é fundamental para o desenvolvimento brasileiro” e pediu a eliminação de barreiras comerciais no bloco.

— Queremos concluir acordo ambicioso, abrangente com a União Europeia — acrescentou Dilma, que parabenizou os esforços do presidente Cartes em relação às negociações com o bloco europeu.

A presidente expressou, ainda, a necessidade de negociar entendimentos comerciais com os países andinos, a Aliança do Pacífico e outros blocos.