Título: Brasil freará forte
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 13/09/2011, Economia, p. 9

As maiores economias do planeta estão desacelerando e o Brasil é um dos países que dão sinais mais claros disso. Relatório mensal da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado ontem, revela que, nos próximos seis a nove meses, o ritmo da atividade brasileira estará mais fraco que em qualquer outra nação emergente ou industrializada importante.

O indicador composto avançado (CLI, na sigla em inglês) tem como base o valor 100, que representa a intensidade da economia a longo prazo. Após se recuperar dos efeitos da crise de 2008, o Brasil vinha conseguindo manter o indicador levemente acima da tendência. Neste ano, porém, ele caiu abaixo dos 100 pontos, até chegar a 95 em julho. Em relação ao mês anterior, houve queda de 1,7%. "Trata-se de um indicativo forte de que o Brasil terá desaceleração", disse o porta-voz da OCDE, Nadim Ahmad.

Para traçar o cenário futuro, a medição leva em conta diferentes indicadores de curto prazo ligados ao Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas do país), como a produção industrial. Em julho, a organização percebeu ritmo mais lento na atividade econômica em quase todos os países, embora na maioria dos desenvolvidos o indicador tenha permanecido acima de 100.

Índia No Japão, onde nos últimos dois meses os sinais de atividade econômica permaneceram estáveis, a organização acredita que a economia já esteja chegando próximo ao ponto de mudança. Entre os países emergentes, o indicador da China caiu 0,2% em julho, mas permanece em 100,3, o que indica "leve desaceleração". Na Índia, que tem o segundo maior ritmo de crescimento do mundo, os especialistas enxergam sinais mais significativos de queda. O CLI indiano em julho ficou em 95,7.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse ontem que os dados da OCDE preocupam e repetem a avaliação da comunidade financeira sobre as principais economias mundiais. Após a reunião dos bancos centrais dos países do G-20, realizada na Basileia, Suíça, ele afirmou que os representantes do grupo dos principais países ricos e emergentes admitem desaquecimento da economia global, mas descartam recessão. (SR)

Espanha dá exemplo Doze das 17 regiões autônomas da Espanha, um dos países mais vulneráveis à crise da Zona do Euro, superaram a meta de deficit orçamentário fixada pelo governo no primeiro semestre deste ano. Madri fixou para o interior do país uma meta de deficit de 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas) nos seis primeiros meses do ano e de 1,3% para 2011. O deficit acumulado já alcançou 1,2% do PIB.