O Estado de São Paulo, n. 44553, 11/10/2015. Política, p. A4

Planalto avalia que tem 70 dias para estancar a crise 

 

Sem conseguir recompor o bloco aliado no Congresso mesmo após a reforma ministerial, o Palácio do Planalto avalia que tem no máximo 70 dias para estancar a crise política e impedir um desfecho dramático para a presidente Dilma Rousseff. Embora a votação do parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), que reprovou o balanço do governo, esteja prevista somente para o ano que vem, Dilma corre contra o tempo para soldar sua base de apoio, desarmar a oposição e barrar a abertura de um processo de impeachment.

No Planalto, o diagnóstico é o de que, diante da gravidade do quadro, novas derrotas serão fatais para Dilma. O prazo de 70 dias está sendo calculado porque esse é o calendário com o qual o governo trabalha para pacificar a Câmara e o Senado, com o objetivo de aprovar, até o fim de dezembro, o projeto de Orçamento de 2016, necessário para o ajuste fiscal.

Sem o corte de gastos de R$ 26 bilhões e sem a CPMF, um imposto muito difícil de passar com o clima de conflagração política, a presidente terá uma vida ainda mais dura pela frente.