Correio braziliense, n. 19136, 17/10/2015. Economia, p. 8
Rosana Hessel
Apesar das negativas enfáticas do Ministério da Fazenda, o ministro Joaquim Levy pode, sim, deixar o governo. Bombardeado pelo ex-presidente Lula, pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o chefe da equipe econômica pediu ontem a intervenção da presidente Dilma Rousseff para que o tiroteio contra ele diminua. Na conversa que teve com a chefe, Levy deixou claro que o cargo é dela, mas enfatizou seu compromisso de equacionar as contas públicas por meio de um ajuste fiscal consistente, que precisa do apoio de todos para dar certo. Na avaliação do ministro, mais do que a gritaria contra ele, o que o incomoda é a falta de defesa a seu trabalho.
A pressão contra o ministro atingiu o ápice esta semana, sem que Dilma expressasse, publicamente, apoio a ele. Em congresso da CUT, o que mais se ouviu foi “fora Levy” sob o aplauso de Lula, que, em jantar com a presidente, na noite de quinta-feira, a aconselhou, mais uma vez, a trocar o comando da Fazenda. O líder petista está tão convencido sobre a saída de Levy, que afirmou a parlamentares do PT que o ministro havia “perdido o prazo de validade”. O nome preferido de Lula para a chefia da equipe econômica é o de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Mas Dilma o odeia.