Correio braziliense, n. 19136, 17/10/2015. Política, p. 4


Bens de Cachoeira vão a leilão

Procuradoria da República em Goiás informa que imóveis do contraventor devem ser alienados em quatro ofertas, que serão realizadas entre 30 de outubro e 27 de novembro. Ele já foi condenado a 39 anos de prisão, mas responde em liberdade

 

A Justiça Federal em Goiás determinou o leilão de 22 lotes e de um barracão avaliados em R$ 3 milhões pertencentes ao grupo do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, que chegou a ser preso em 2012, na Operação Monte Carlo, acusado de liderar uma quadrilha de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal. Segundo divulgou a Procuradoria da República em Goiás, os imóveis devem ser alienados em quatro leilões, que serão realizados entre 30 de outubro e 27 de novembro.

A decisão atende a pedido do Ministério Público Federal em Goiás, que aponta que os imóveis em nome de Adriano Aprígio de Souza, ex-cunhado de Cachoeira, na verdade pertenceriam ao contraventor. Os bens estão localizados nos municípios goianos de Anápolis, Caldas Novas e Goiatuba e foram sequestrados pela Justiça em decorrência da Monte Carlo, em 2012.

De acordo com a Procuradoria da República, benfeitorias foram realizadas em diversos imóveis, permitindo que os investigados da Monte Carlo, que são réus na Justiça Federal, lucrassem sem comunicar à Justiça. Teriam sido constatados, ainda, a sonegação e o repasse incompleto ou falso à Justiça de informações sobre da situação dos imóveis, como forma de ludibriar o juízo quanto ao real valor dos bens e sua capacidade de lucro.

Nos pedidos de alienação antecipada, o MPF demonstrou existir “uma situação de penumbra e má-fé sobre a real situação dos imóveis e sua manutenção, restando claro o modo temerário de gestão do conjunto patrimonial”.

Monte Carlo
Deflagrada em 2012, a operação desmontou uma quadrilha de jogos de azar liderada por Carlinhos Cachoeira, que mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres, que foi cassado devido ao seu envolvimento com o grupo. Cachoeira é alvo de diversos processos criminais na Justiça e já foi condenado a mais de 39 anos de prisão. Atualmente, ele está em liberdade.