Título: Adesão polêmica
Autor: Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 14/09/2011, Cidades, p. 26

O professor tem que mostrar a sua formação técnica, além de habilidades de relação interpessoal. Não nos satisfazemos apenas em colocar o aluno em um regime cartesiano de estudo" Dulcineia Marques, presidente do Grupo Galois

Entre os colégios com melhores notas no DF, o Sigma e o Galois são as instituições com maior número de alunos participantes no Enem. No caso do Sigma, foram 365 somente na unidade da Asa Sul, o que coloca a escola entre as 20 que mais inscreveram estudantes na prova em todo o país.

O número é bem superior ao de outros colégios que garantiram boas notas, como o Olimpo. Essa instituição lidera o ranking de Brasília, mas tem apenas uma turma de 3º ano. Em 2010, 29 dos 32 matriculados participaram do Enem. O Galois ocupa a segunda colocação da lista e registra a mesma posição entre os colégios que mais tiveram alunos inscritos no Enem: 222.

Para o diretor do Sigma, Reginaldo Loureiro, a participação de escolas pequenas ou que inscrevem poucos alunos distorce os resultados da prova. "Em um colégio com muitos estudantes, a tendência é uma queda da média final", comenta Reginaldo. A presidente do grupo Galois, Dulcineia Marques, compartilha a mesma opinião. "Com uma quantidade reduzida de alunos, é praticamente uma obrigação da escola ter um bom resultado", afirma Dulcineia.

"O alto número de inscritos nos permitiu ter uma avaliação muito positiva do aproveitamento deles. Quanto mais alunos fazem o Enem, melhor é o espectro que temos para avaliar o nosso desempenho", finaliza a presidente do Grupo Galois.

Sobre a distância das escolas de Brasília das instituições que ocupam o topo da lista nacional ¿ entre as 100 primeiras do país aparece apenas um colégio do DF ¿, o diretor do Sigma, Reinaldo Loureiro, lembra que a maioria das escolas da capital federal não seleciona os estudantes previamente. "O primeiro do ranking brasileiro, que é o São Bento, no Rio de Janeiro, escolhe os seus alunos. Eles só aceitam matrículas no primeiro ano e expulsam os repetentes. Lá, apenas 68 fizeram a prova. Então, foi apenas o filé mignon. Não dá para comparar", justifica Reinaldo. (HM)