O Estado de São Paulo, n. 44401, 28/10/2015. Política, p. A6
O nome de Santiago Dantas, ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e relator da Operação Lava-Jato, foi mencionado na gravação que desencadeou a prisão do banqueiro André Esteves e do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), na quarta-feira, por obstrução à força-tarefa.
“O STJ, ontem eu conversei com o Zé Eduardo e muito possivelmente o Marcelo na Turma vai sair”, afirma o senador, ao tratar de um habeas corpus que teria sido apresentado pela defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. “Acredito”, responde o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, preso na sexta-feira.
“A decisão que negou pro Dantas, né… literalmente deixa jogar pra Turma”, completa o chefe de gabinete Diogo Ferreira, preso com o senador.
“Pois é, jogar pra Turma julgar, acho que é bom”, diz Delcídio, na conversa entregue à PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo filho de Cerveró como prova da tentativa de compra do silêncio na delação premiada do pai.
O contexto do diálogo era a tentativa jurídica de anulação, nos tribunais, das delações de alguns dos investigados pela Lava-Jato, como o empresário Ricardo Pessoa e o doleiro Alberto Youssef. Já o foco central da conversa são as investidas no STF (Supremo Tribunal Federal), com menção a quatro ministros da Corte. (AE)