JOSÉ MARIA TOMAZELA
O Estado de São Paulo, n. 44585, 12/11/2015. Economia, p. B7
A ameaça de multas pesadas a veículos flagrados obstruindo rodovias esvaziou o protesto dos caminhoneiros organizado pelo Comando Nacional do Transporte contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Conforme boletim divulgado no início desta quarta-feira, 11, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao final do terceiro dia de manifestações, restavam sete pontos de bloqueios em quatro Estados, mas apenas três interditavam parcialmente as rodovias.
Advertência. Os novos valores foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A multa para o veículo que bloquear estrada passou de R$ 1.915 para R$ 5.746, podendo chegar até R$ 19.154 para os organizadores de obstruções. Segundo a PRF, os agentes estavam orientados para, primeiro, advertir os caminhoneiros, aplicando a multa em caso de resistência à desobstrução da via.
No Paraná, uma decisão da Justiça Federal contribuiu para esvaziar as manifestações. A juíza Ana Carolina Morzowski, da 3.ª Vara Federal de Curitiba, estabeleceu multa de R$ 5 mil por hora para cada manifestante que “ocupar, obstruir ou dificultar a passagem” de veículos que transitam pelos quatro mil quilômetros de rodovias federais no Paraná. A liminar foi dada em ação de interdito proibitório movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra os bloqueios em rodovias do Estado. A decisão autorizou ainda o uso de força policial para a desobstrução das vias.
Em Tocantins, durante a madrugada, agentes da PRF e da Polícia Militar entraram em confronto com caminhoneiros que bloqueavam a BR-153, na altura de Colinas. Os manifestantes atacaram os policiais com pedradas e estes revidaram com bombas de efeito moral. Um policial ficou ferido sem gravidade e vários caminhões que tentaram passar pelo bloqueio foram danificados. À tarde, a rodovia foi liberada.