Título: Oboé sofre intervenção
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 16/09/2011, Economia, p. 13

O Banco Central decretou ontem intervenção na Oboé Crédito, Financiamento e Investimento S.A, com sede em Fortaleza (CE). Com a financeira estão também sob intervenção outros ramos do grupo como a Oboé Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, Oboé Tecnologia e Serviços Financeiros e a Companhia de Investimento Oboé. Segundo o BC, a medida foi necessária devido ao comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, que também descumpriu normas do Conselho Monetário Nacional.

Prevista na Lei 6.024, a intervenção vigora por seis meses, que podem ser prorrogados. O regime especial só é suspenso se a instituição financeira mostra condições de se recuperar. Como isso raramente acontece, o caminho natural, uma vez terminado o período de intervenção, é o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial da instituição financeira.

Segundo comunicado do BC, todos os controladores, assim como os administradores das instituições, inclusive os que exerceram essas funções nos últimos 12 meses, estão com os bens pessoais indisponíveis. O interventor nomeado pelo BC é Luciano Marcos Souza de Carvalho.

No fim do dia, o ex-controlador da Oboé José Newton Freitas divulgou carta em que rechaça os argumentos do BC para afastá-lo do comando do grupo. Ele alegou que a instituição vinha exibindo "resultados satisfatórios" e cumpriu todas as determinações da autoridade monetária, que já monitorava os passos da Oboé.

Segundo Freitas, o BC começou a fiscalizar o grupo com base no balanço de 2010 e, após o trabalho "não apresentou nenhum resultado, verbal ou formal, aos administradores da Oboé". Ele reclamou ainda que não teve oportunidade de defesa. Também ontem, o BC decretou a liquidação extrajudicial da Marcos Marcelino Administradora de Consórcios, com sede na cidade de Ananindeua, no Pará, e da Motomax Administradora de Consórcios Ltda, de Sacramento, em Minas Gerais.