Agente será ouvido sobre vazamento de delação

Newton Ishii, da PF de Curitiba, foi citado na conversa gravada por Bernardo Cerveró

-CURITIBA- Citado na gravação que levou à prisão o senador Delcídio Amaral, o agente da Polícia Federal Newton Ishii será ouvido no inquérito aberto para investigar o vazamento de termos da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Lotado em Curitiba, o policial, conhecido como “japa”, foi apontado no áudio pelo advogado Edson Ribeiro como possível responsável por vazar os rascunhos que teriam ido parar nas mãos do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.

Edson Ribeiro, advogado de Cerveró, foi preso ontem, no Rio, e também é suspeito de tentar atrapalhar as investigações da Lava-Jato.

Ishii ficou famoso porque aparece em todas as fotos no momento da prisão dos principais réus da Lava-Jato. Ele já foi preso pela PF, em 2003, na Operação Sucuri, suspeito de envolvimento com contrabandistas. O caso ainda tramita na Corregedoria da PF, mas em Curitiba Ishii é considerado de extrema confiança dos delegados.

Nas conversas gravadas, Edson Ribeiro, o filho de Cerveró, Bernardo, Delcídio e seu assessor Diogo Ferreira chegam a falar no “carcereiro Nilton” e no “japonês” como o autor do vazamento. Num dos trechos da gravação, Ribeiro pergunta:

— Quem é que poderia levar isso para o André?

Bernardo Cerveró responde:

— Eu acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil aí pra você. Ribeiro completa: — A gente num entende, pô! E Bernardo Cerveró mencionou o nome:

— Carcereiro, Nilton... os caras são muito legais.

Em outro momento eles se referem ao “japonês”. A PF deverá ouvir todos os citados na gravação, entre eles os advogados Alessi Brandão e Sérgio Riera, que já defenderam Cerveró.