Palácio do Planalto convoca ministros e governadores para defender presidente * Partidos opositores querem apoio das ruas na pressão a parlamentares * Aliados do governo entram com ação no STF Após reuniões da cúpula governista, o Palácio do Planalto pediu o apoio de ministros, governadores, líderes partidários, sindicatos e movimentos sociais como uma reação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, iniciado formalmente ontem na Câmara dos Deputados. Dentre as estratégias governistas, as principais até agora são acelerar o trâmite do processo e atacar Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A oposição e os aliados do presidente da Câmara também passaram o dia em articulações. Eles querem ganhar tempo para desgastar Dilma e buscar apoios nos movimentos pró-impeachment e na sociedade. Cunha reagiu pessoalmente à estratégia do Planalto de atacá-lo. Ele acusou a presidente Dilma de "mentir à Nação" em pronunciamento anteontem. Segundo o deputado, a petista queria "barganhar" apoio a ele no Conselho de Ética pela aprovação da CMPF, o imposto do cheque, na Câmara.

O Planalto escalou o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, para responder ao peemedebista. Segundo ele, quem mente para o País é Cunha. No Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou publicamente pela primeira vez o processo de impeachment. Para o líder petista, a decisão de Cunha pelo processo é uma "loucura" e o País é um "trem descarrilado". Integrantes da base da aliada ingressaram com três ações no Supremo Tribunal Federal contra o processo de impeachment.