Título: Casamento com brigas
Autor: Correia, Karla
Fonte: Correio Braziliense, 25/09/2011, Política, p. 4
A aliança PT-PMDB, finalmente concretizada na chapa presidencial Dilma Rousseff e Michel Temer, nunca foi e jamais será tranquila. Os dois partidos sempre mantiveram um casamento de interesse, repleto de brigas, desconfianças e sinais de traição explícitos ou subliminares. O namoro entre os dois partidos começou durante a transição de 2002, quando o futuro chefe da Casa Civil, José Dirceu, queria trazer o partido para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele acertou tudo com Temer (na época presidente do partido), mas foi passado para trás por Lula, que indicou a então desconhecida Dilma Rousseff para o Ministério de Minas e Energia.
Exceção feita a alguns dissidentes ¿ eles sempre existem no PMDB ¿ que aderiram ao governo ainda no primeiro mandato de Lula, a parceria política só se concretizou a partir de 2007. Mas foi na chapa presidencial de Dilma que os dois partidos assumiram oficialmente a união.
Uma dobradinha que ainda está sujeita a diversos solavancos. "Sabemos que tem petistas que não gostam de nós. Se formos pesquisar, também tem peemedebistas que destestam os petistas. Onde tem muita gente, sempre vai ter confusão", diz o presidente da CCJ do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE)