Título: Recuo para R$ 1,822
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 27/09/2011, Economia, p. 9

Pelo segundo dia útil consecutivo, o dólar recuou em relação ao real e encerrou o pregão cotado a R$ 1,822 para venda. Mesmo depois de passar parte da manhã de segunda-feira em alta, no período da tarde entrou em desaceleração e terminou com queda de 0,9%. Segundo analistas, o tombo foi reflexo do cenário internacional, que, apesar das expectativas crescentes de um calote da Grécia, levou os investidores a um surto repentino de otimismo. Motivo: as autoridades europeias admitiram reforçar o poder de fogo do Fundo Europeu para a Estabilidade Financeira (Feef), de 440 bilhões para 2 trilhões de euros, minimizando os efeitos da inadimplência grega. No mês, porém, a moeda norte-americana acumula valorização de 14,48%.

O dólar também recuou frente a outras moedas. Caiu 0,22% ante a divisa japonesa, o iene, e encolheu 0,33% frente ao euro. "Não foi nenhum fator doméstico que influenciou a moeda", explicou Ítalo Abucater, da Corretora Icap Brasil. Segundo ele, se fosse depender somente dos fundamentos domésticos, a tendência seria o contrário ¿ de alta. O número de contratos no dólar futuro, por exemplo, foi de 350 mil. Em um dia normal esse volume varia entre 500 mil e 600 mil. "O mercado está muito volátil. Qualquer operação mais forte puxa o dólar", disse.

Esta semana carrega ainda o peso de ser a última do mês, quando os bancos forçam o mercado para que a divisa norte-americana derreta o máximo possível. O objetivo da operação é reduzir as taxas que as instituições têm de pagar no mercado futuro. Quanto menor for a cotação no dia 30, menor será o prejuízo para os banqueiros. A expectativa dos analistas é de que o dólar fique entre R$ 1,70 e R$ 1,75 em, no máximo, duas semanas.