Título: Correios endurecem
Autor: Freitas, Jorge
Fonte: Correio Braziliense, 27/09/2011, Economia, p. 12

O governo entrou em guerra contra os funcionários dos Correios que aderiram à greve no último dia 14. Ontem, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a estatal não vai recuar da decisão de descontar os dias não trabalhados. Ele disse que a empresa recebeu uma proposta há mais de 15 dias e, portanto, os funcionários poderiam ter aceitado a negociação. "Lamentamos. Fizemos uma opção de acordo que a categoria aceitaria, mas eles querem que paguemos os dias parados, e isso nós não temos condições de fazer", afirmou.

O sindicato da categoria em João Pessoa (PB), porém, conseguiu uma liminar contra o corte do ponto. A Justiça determinou a realização do pagamento, além da devolução dos valores já subtraídos, sob pena de multa de R$ 300 mil ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A entidade que representa os trabalhadores no Rio de Janeiro também entrou com ação civil pública solicitando a suspensão dos cortes de salários.

Na última sexta-feira, os Correios rejeitaram a contraproposta apresentada pela federação da categoria (Fentect), que pediu um aumento linear de R$ 200, a reposição da inflação de 7,16% e o aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635, além da contratação imediata dos aprovados no último concurso público. Os Correios, no entanto, mantiveram a proposta de reajuste de 6,87%, mais reposição real de R$ 50 e abono de R$ 800.

Fracasso Depois de 120 dias parados, os servidores técnico-administrativos das universidades federais voltaram ontem ao trabalho, após uma série de tentativas de incluir no Orçamento 2012 recursos para melhorias salariais. Eles pediam um piso de três salários mínimos ¿ hoje, ele é de R$ 1.034. O Ministério do Planejamento se recusou a discutir a pauta, sob o argumento de que o movimento foi iniciado antes de esgotadas as possibilidades de negociação.