Título: Tevê paga cresce 19%
Autor: Batista, Gustavo Henrique
Fonte: Correio Braziliense, 27/09/2011, Economia, p. 13

O número de usuários de tevê por assinatura cresceu 19% nos primeiros oito meses do ano, com 1,9 milhão de novos domicílios atendidos. No total, o serviço chegou a 11,6 milhões de lares em agosto. Os dados são da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e mostram que, só no mês passado, o avanço foi de 2,96%, o que representa a maior evolução observada para os mesmos meses nos últimos cinco anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o serviço já alcança mais de 38,3 milhões de brasileiros.

A expectativa é de um boom no setor nos próximos anos, depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que permite a entrada de empresas de telefonia no segmento de tevê por assinatura. A regulação também abre o setor para o controle de capital estrangeiro. A Vivo, por exemplo, só aguarda a normatização definitiva para definir em quais municípios lançará a assinatura por meio de sua rede de fibra óptica. A companhia GVT anunciou que também entrará neste nicho, porém com pacotes de canais via satélite.

Devido à demora para se chegar às novas regras, a Anatel acumulou mais de mil pedidos para exploração do serviço de tevê via cabo e muitas empresas optaram por contornar o problema com a oferta via satélite. Prova disso é que, em agosto, os serviços prestados nessa modalidade cresceram 5% e já representam 52% da base de assinantes, contra 45,7% da programação a cabo. Em dezembro de 2010, o sinal via satélite representava 45,8% do mercado nacional e o via cabo tinha 51% de participação. De acordo com a Anatel, em agosto a tevê por assinatura estava presente em 19,4 de cada 100 domicílios no país. A Região Sudeste registrou densidade de 28,5% de domicílios com tevê por assinatura.

DREAMWORKS VIA NETFLIX A Netflix fechou um acordo com a Dreamworks Animation para obter os direitos dos filmes da distribuidora a partir de 2013. É a primeira vez que um grande estúdio de Hollywood opta pela exibição via internet (streaming) em vez de um canal convencional de tevê a cabo. O presidente executivo da Dreamworks, Jeffrey Katzenberg afirmou ao jornal New York Times que o contrato, no valor de US$ 30 milhões por filme, representa uma "mudança no jogo", e uma aposta de que os espectadores, em breve, já não farão distinção entre o conteúdo distribuído on-line ou via cabo. A parceria com a Netflix significa que a Dreamworks, responsável por produções infantis de sucesso como Shrek e Kung Fu Panda, está trocando a HBO, uma operadora premium de canais de tevê a cabo, pela distribuição on-line.