Título: Fruto de desvios
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 27/09/2011, Cidades, p. 24

A casa que será leiloada foi erguida com recursos desviados de contratos de informática. A intenção inicial de Durval Barbosa e da ex-mulher Fabiani Barbosa Rodrigues era transformar a propriedade numa extensão da residência em que o casal vivia até poucos meses antes da Operação Caixa de Pandora. Os dois imóveis são colados. Durval e Fabiani chegaram a construir uma ligação entre as duas propriedades, hoje desfeita.

Em depoimento ao Ministério Público do DF, durante a fase de delação na Operação Caixa de Pandora, Durval confirmou evidências levantadas pelos promotores de Justiça de que o imóvel, em nome de um terceiro, pertencia, na verdade, a ele. A obra da mansão foi concluída após a Operação Megabyte, ocorrida em junho de 2008, quando a casa em que Durval vivia com a família ¿ hoje alugada para a Embaixada da Zâmbia ¿ foi alvo de uma ação de busca e apreensão deflagrada justamente para investigar indícios de lavagem de dinheiro.

Apenas um ano depois da Megabyte, Durval decidiu colaborar com as investigações do MP e passou a detalhar esquemas de corrupção dos quais participou ou tomou conhecimento nos 10 anos em que atuou como presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e como secretário de Relações Institucionais do DF. (AMC)