Título: Mão firme no dólar
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 28/09/2011, Economia, p. 9

Diante da mudança de patamar do dólar, que em menos de um mês saltou de R$ 1,591 para R$ 1,805 (no fechamento de ontem), o Banco Central promete usar seu arsenal de medidas para evitar que a moeda norte-americana pressione a inflação. Segundo cálculos da autoridade monetária, se voltar para perto de R$ 1,95, cotação atingida no fim da semana passada, o dólar teria impacto de 1 ponto percentual sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)¿ algo em que a equipe econômica não quer nem pensar. "Se houver qualquer disfuncionalidade, iremos agir", avisou o presidente do BC, Alexandre Tombini.

A ordem é evitar que o câmbio inviabilize o objetivo de levar a carestia para um nível abaixo de 6,5%, limite superior da meta, ainda este ano. "Se for preciso, podemos agir da como fizemos no mercado futuro. Temos capacidade de atuar e de forma adequada", enfatizou. "Vamos passar por baixo desse valor", garantiu. "O quadro está mais favorável para a inflação."

Tombini negou ter divergências com o ministro da Fazenda, Guido Mantega a respeito da taxação das operações futuras de dólar, que teria travado os negócios. "A medida foi importante para reduzir a volatilidade", avaliou. "Se faltar liquidez no mercado de derivativos, nós entramos para fazê-lo funcionar." Ontem, influenciado pelo otimismo no exterior, o dólar fechou em baixa pelo terceiro pregão seguido e recuou 0,93%. No mercado futuro, o contrato mais negociado, com vencimento em outubro, foi cotado a 1,80, em queda de 2,64%. (VM)