Título: Acerto com o Uruguai
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Fonte: Correio Braziliense, 28/09/2011, Economia, p. 10

O governo brasileiro informou ontem que carros trazidos do Uruguai não sofrerão o aumento do IPI, decretado no último dia 15, apesar de não serem produzidos com 65% de conteúdo regional. A decisão, anunciada ontem em nota conjunta dos Ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores, vai beneficiar três empresas instaladas no país vizinho, que não possuem fábricas no Brasil: as chinesas Lifan e Chery e a coreana Kia Motors.

O aumento do IPI para importados provocou protestos do governo do Uruguai que, apesar de ser membro do Mercosul, não foi contemplado pelas exceções atribuídas à Argentina e ao México. Para dar o mesmo tratamento aos uruguaios, o governo vai utilizar um acordo de complementação econômica firmado com o país vizinho, que já prevê isenção do Imposto de Importação para uma cota anual de 20 mil veículos.

O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, admitiu que, ao elaborar o decreto, o governo não levou em consideração "algumas peculiaridades" da relação com o Uruguai.

Pela manhã, a secretária de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Heloísa Meneses, já havia prometido "estudar com carinho o pedido do governo uruguaio", sob a alegação de que a alta do IPI não "foi feita para impactar a relação entre Brasil e Uruguai". (VB)