Correio braziliense, n. 19239, 28/01/2016. Cidades, p. 19

Em um ano, casos de dengue aumentam 351% no DF

Brazlândia lidera o número de infectados, com 1.041 casos

 Otávio Augusto

A capital federal notificou 90 infecções de dengue por dia até 8 de março — 6.032 pessoas estão doentes. Em comparação com o mesmo período de 2015, a alta chega a 351%. Brazlândia (1.041), Ceilândia (596), Taguatinga (506), São Sebastião (491), Planaltina (329) e Samambaia (321) são as cidades que apresentam maior número de casos, respondendo por 3.284 infecções, um percentual de 61% das contaminações ocorridas. 

Houve, ainda, a notificação de 18 casos de dengue grave — forma hemorrágica da doença. Dez pessoas morreram, sendo seis pacientes de Goiás. 

Em apenas uma semana, 1297 pessoas ficaram doentes pela infecção transmitida pelo Aedes aegypti. Isso significa que a praga avançou 27,3% nos últimos sete dias. Quatro regiões estão em emergência epidêmica, segundo o documento. Brazlândia, São Sebastição, Fercal e Itapoã vivem a pior situação. "Coeficiente de incidência acima de 300, determina situação de epidemia", detalha o texto.
 

A Secretaria de Saúde notificou casos de dengue no Entorno. Águas Lindas (259), Luziânia (122), Padre Bernardo (94), Santo Antônio do Descoberto (59) e Cidade Ocidental (59) são os municípios que mais tiveram doentes atendidos na rede pública do DF. Outro seis registros correspondem aos estados de Tocantins (2), Rondônia (1), Piauí (1) e Minas Gerais (2). 

Sorotipo
Na capital federal, circulam todos sorotipos de dengue. A variante 1 representa 61% dos registros; a 2, 31%; a 3, 1,7%; e a 4, 5,2%. O sistema imunológico do corpo humano se defende de apenas uma variação do vírus, ou seja, quem contraiu dengue 1 só pode ter novamente a doença se for causada pela 2, 3 ou 4. Para se chegar ao índice, o Laboratório Central (Lacen-DF) analisou 247 amostras e isolou para estudo 57. 

A maior incidência da doença ocorre em Brazlândia, onde a infecção atinge 1.606 pessoas a cada 100 mil habitantes. Depois aparece São Sebastião, local que a contaminação atinge 517 pessoas por grupo de 100 mil moradores. Itapoã aparece no ranking na terceira colocação com 328 doentes. 

Zika e chicungunha
Até o momento, 11 pessoas estão contaminadas com zika vírus — sendo oito moradores da capital federal. Quatro contaminações (50%) ocorreram na cidade. As outras na Bahia, Mato Grosso e Tocantins. A Secretaria de Saúde identificou 236 suspeitas. No mesmo período do ano passado, o Distrito Federal não havia registrado nenhum caso da doença. 

Dos infectados, sete são gestantes. As mulheres moram em Águas Claras, Asa Norte, Taguatinga, e Guará. Outras três residem em Santo Antônio do Descoberto, município distante 40km do Plano Piloto. "Não houve alteração no número de casos em gestantes confirmados quando comparado ao informe anterior. Todos os casos os casos das gestantes do DF são autóctones, ou seja, não houve deslocamentos das pacientes para outras unidades da Federação", destaca o texto. 

O número de casos de chicungunha aumentou 600% em relação ao mesmo período do ano passado. Das 15 confirmações, 14 pessoas moram na capital federal. Segundo a Secretaria de Saúde, apenas três infecções (21%) ocorreram na cidade. As demais foram em Pernambuco, Bahia, Sergipe, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Ao todo, houve 255 suspeitas. "Não houve alteração no número de casos confirmados quando comparado ao informe epidemiológico anterior", diz o documento.