Título: Contratações desapontam
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 29/09/2011, Economia, p. 18

A evidente desaceleração da economia brasileira já impactou as contratações. Embora a taxa de desemprego medida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Seade em regiões metropolitanas tenha permanecido estável em agosto (ficou em 10,9%), o resultado é preocupante. A expectativa para o mês passado era de que a movimentação de fim de ano começasse a refletir na quantidade de pessoas empregadas.

"Geralmente, verificamos neste período um aumento da ocupação, mas há quatro meses fica estável. Com a crise internacional e incertezas na economia, o mercado de trabalho acaba sofrendo", analisou a economista do Dieese Patrícia Lino Costa. Para a surpresa dos especialistas, o estudo apontou crescimento do emprego informal. Além disso, a população economicamente ativa (PEA) ficou em 2,2 milhões de pessoas, com queda de 0,1% ¿ o que significa redução de 27 mil trabalhadores em potencial.

Com exceção do setor de serviços, que aumentou os postos de trabalho em 0,4%, todos os outros diminuíram o nível de ocupação. A indústria e o comércio tiveram os piores índices, ambos com 0,6%. Até construção civil, que vinha alimentando as taxas de emprego, reduziu 0,2%. À exceção do Distrito Federal, onde houve alta de 3,5% nos salários, o rendimento médio da população, que vinha crescendo há 9 meses, foi interrompido.