Correio braziliense, n. 19.221, 10/01/2016. Política, p. 4

Réu quer Dilma como testemunha

 

Um dos alvos de processo que apura a suposta compra de medidas provisórias no governo federal, o advogado Eduardo Valadão arrolou a presidente Dilma Rousseff como uma de suas testemunhas de defesa.

A defesa quer as oitivas de mais 62 pessoas, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu ex-chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), e vários congressistas.

Segundo Valadão, parlamentares e integrantes do governo participaram do processo para editar duas das três medidas provisórias com incentivos fiscais para montadoras sob suspeita de ter sido compradas. Dilma era ministra-chefe da Casa Civil entre 2009 e 2010, quando a MP 471 foi editada e discutida no Legislativo. No caso da MP 512, também suspeita de ter sido comprada, a norma foi sancionda pela petista em 2011.

 

BNDES

A revista Época publicou ontem que, após a liberação de um financiamento de US$ 320 milhões do BNDES para construção de uma barragem em Moçambique, a empreiteira Andrade Gutierrez doou R$ 20 milhões para a campanha de reeleição da presidente Dilma. Em março de 2013, a presidente reuniu-secom o chefe do Exectuivo de Moçambique, Armando Guebuza, quando o governante questionou as exigências do banco para conceder o empréstimo. Dilma teria se colocado à disposição para “resolver o assunto”. A Presidência informou à revista que o governo não faz ingerência nos empréstimos e negou o vínculo entre eles e as doações eleitorais.

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