Título: Alta de juro ainda tem efeito
Autor: Cristino, Vânia; Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 30/09/2011, Economia, p. 9

Curitiba ¿ O processo de elevação da taxa básica de juros ocorrido no primeiro semestre deste ano, período em que a Selic subiu 1,75 ponto percentual, ainda produz efeitos na economia, disse ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao garantir que a inflação já está na trajetória que a levará progressivamente para a meta de 4,5% em 2012.

Ele afirmou que a redução da estimativa do BC para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 4% para 3,5% neste ano, divulgada no Relatório de Inflação, deve-se ao ritmo mais moderado da atividade no país, somado ao quadro internacional de enfraquecimento geral dos mercados.

"A recente reversão na política monetária tem uma defasagem", disse Tombini, referindo-se ao corte de meio ponto na Selic, efetuado neste mês. "Temos ainda 125 pontos base de ajuste (de alta). A política monetária tem uma defasagem de seis a nove meses e parte dessa contração monetária (do primeiro semestre) ainda será sentida", afirmou o presidente do BC, em evento na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, indicando que há espaço para novas reduções da taxa básica.

Citando dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), Tombini lembrou que a inflação de setembro está em 0,53%, com uma média mensal de 0,335% nos últimos cinco meses, número que, anualizado, fica em 4,1%. "A inflação está sob controle, convergindo para o centro da meta em 2012", garantiu.

Intervenção Ele reiterou ainda que o BC vai continuar intervindo no mercado de câmbio sempre que for preciso. "O Banco Central vai assegurar o bom funcionamento dos vários segmentos do mercado, para que essa crise não tenha maior impacto na economia brasileira", disse.