O interesse de 52 empresas privadas na administração de equipamentos públicos foi visto pelo Buriti como um sinal verde do setor produtivo para as parcerias sugeridas pelo governo. Nos bastidores, o Executivo local recebeu a informação com alívio. As parcerias público-privadas (PPPs), anunciadas no ano passado, são a esperança da gestão Rodrigo Rollemberg de sair da inércia. Sem dinheiro em caixa, o governador apresenta dificuldades em fazer investimentos e de criar uma marca. Assim, as parcerias surgem como uma oportunidade para mudar esse cenário. A lista da manifestação de interesse foi publicada ontem no Diário Oficial do Distrito Federal.

A previsão do Buriti é de que o Parque da Cidade e o Centro de Convenções sejam os primeiros com administração privada. A expectativa é que a mudança ocorra até o fim do ano. Segundo Rollemberg, o governo está convencido de que tanto o Parque quanto o Centro de Convenções devem ser feitos via concessão simples, com transferência da execução do serviço público para particulares por prazo certo e determinado. Ainda não há previsão de lançamento do edital. Por enquanto, 10 empresas mostraram interesse nos dois espaços.

A única certeza do governo é que o Parque da Cidade não poderá cobrar a entrada de visitantes. O governo quer que a exploração se dê por aluguéis dos espaços. Atualmente, os locais têm contratos antigos e os preços por mês estão defasados. Por exemplo, o restaurante de comida nordestina paga por mês R$ 1,4 mil por 317m²; o centro hípico, R$ 2,7 mil por 1,206 mil m².

Na manhã de ontem, o governador se reuniu com o secretariado na Residência Oficial de Águas Claras para avaliar as propostas enviadas. “Estamos analisando o que foi apresentado pelas empresas. O que já sabemos é que vamos iniciar pelas mais simples. O Centro de Convenções, por exemplo, para a gente está claro que é uma concessão simples. Então, já vamos preparar o edital”, informou.

A preocupação do governo era a de que a iniciativa privada não demonstrasse interesse pelo projeto por conta das experiências de PPP do governo anterior, o Centro Administrativo e o Centro de Gestão Integrada — um deles não está recebendo pagamento e o outro está sob intervenção judicial. Porém, as tentativas fracassadas não assustaram os empresários. Companhias de todos os segmentos, locais e de todo o Brasil apresentaram propostas. A Cataratas Iguaçu S.A — responsável pela gestão das Cataratas do Iguaçu (PR), a EcoNoronha, em Fernando de Noronha (PE) — mostrou interesse por vários espaços: Parque da Cidade, torres de TV e Digital e o Zoológico.

Empresas que cuidam de centros de convenções de outras cidades também mostraram interesse pela unidade do DF. Assim como construtoras estão de olho na TransBrasília. “A quantidade de empresas que mostrou interesse foi acima do esperado. Isso significa que o setor produtivo está confiante em Brasília, ainda mais em tempo de crise”, comenta Arthur Bernardes, secretário de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo do DF. Entre as pretendentes, também há as citadas em relatórios da Controladoria Geral da União (CGU). “Vamos fazer tudo dentro da lei e com segurança jurídica”, garante o secretário.

Entre os empresários, há elogios com a medida do governo, mas ponderações sobre como será feita a PPP e suas viabilidades. “Temos que torcer para os editais saírem logo, antes que a economia piore mais. Para o setor produtivo, é importante saber como serão feitos os investimentos e como o governo vai cobrar por essas cessões”, analisa Álvaro Silveira Júnior, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do DF.

Procura

Os espaços públicos e a quantidade de empresas interessadas

Centro de Convenções

Ulysses Guimarães 4

Iluminação pública 9

Parque da Cidade 6

Granja do Torto 2

Cidade Digital 4

Torre de TV 3

Torre de TV Digital 2

TransBrasília 2

Zoológico 1