Novo front de combate ao zika

Hédio Ferreira Júnior 

As Forças Armadas comandaram ontem a guerra contra o mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. No Dia Nacional de Mobilização para o Combate ao Aedes aegypti, também chamado de Zika Zero, 220 mil militares tentam reverter a batalha que vem sendo perdida pelo governo federal e se uniram ontem a agentes de saúde federais, estaduais e municipais na conscientização da população sobre os riscos e a necessidade de eliminação do vetor. O Brasil enfrenta hoje um dos maiores problemas de saúde pública de sua história recente ao não conseguir controlar a transmissão de doenças pelo inseto e a crescente confirmação de casos de microcefalia causada pelo zika.

A presidente Dilma Rousseff foi para a rua e visitou a Zona Oeste do Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. Ministros também foram recrutados para acompanhar os trabalhos em outros estados e no Distrito Federal. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, esteve com o governador em exercício de Brasília, Renato Santana, em Brazlândia (leia mais na página 19). O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, visitou as cidades de São Paulo e Campinas, enquanto o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou em Belo Horizonte (MG) que não faltarão recursos para as ações de saúde.

Em Rio Branco (AC), o ministro da Cultura, Juca Ferreira, abriu uma discussão que o Palácio do Planalto tenta evitar: ele defendeu a opção de aborto de fetos com microcefalia. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica acompanharam agentes de saúde em visita a residências eliminando focos do mosquito em águas paradas em calhas, pneus, entulhos e vasos de planta — espaços onde as larvas são depositadas e por onde proliferam o Aedes aegypti. No Distrito Federal e em cinco cidades do Entorno, cerca de 18 mil militares foram recrutados para a operação.

 

Correio braziliense, n. 19256, 14/02/2016. Política, p. 2